Análise da Prevalência de Lesões e Fatores Associados em Escaladores Brasileiros.
Por Ana Flávia Câmara Figueiredo (Autor), Luiz Filipe Cerqueira Barbosa (Autor), Kimberly Moreira Pereira da Silva (Autor), Gleidson Mendes Rebouças (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 25, n 5, 2019.
Resumo
Introdução
No século 20, a escalada passou a ganhar muitos adeptos brasileiros e, recentemente, foi incluída como esporte olímpico nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Com o aumento no número de praticantes que buscam superações pessoais e/ou competitivas, tem-se aumentado também o número de lesões.
Objetivo
Verificar a prevalência de lesões em escaladores brasileiros, bem como sua associação com as características sociodemográficas e desempenho esportivo.
Métodos
Estudo observacional descritivo-analítico do tipo transversal, com aplicação de questionário virtual para 266 escaladores brasileiros, realizado de março de 2018 a maio de 2018. Posteriormente, foi realizada a análise estatística.
Resultados
A prevalência de lesões nos escaladores brasileiros foi de 71,8%. Dentre as principais características das lesões, destacaram-se as musculotendinosas (50,8%), a modalidade escalada esportiva (22,0%), o membro superior (50,3%) e o mecanismo de movimento brusco (20,4%). O tratamento mais procurado foi o médico associado ao fisioterapêutico (34,5%), e o tempo de afastamento em geral foi de mais de 30 dias (50,3%). Verificou-se associação significativa (p < 0,05) das lesões com idade, sexo, região do país, índice de massa corporal, nível de escolaridade e prática de outros esportes, bem como categoria atleta e recreativo, tempo de escalada, certificado de curso básico, realização de aquecimento, frequência mensal da escalada em rocha e semanal da escalada indoor, e dos graus de dificuldade escalados.
Conclusão
Com o aumento da popularidade do esporte e a alta prevalência de escaladores com histórico de lesões, faz-se necessário o acompanhamento multiprofissional, em busca de programas de redução de riscos e maior conscientização dos escaladores quanto aos fatores associados a essas lesões. Nível de Evidência III; Estudo de pacientes não consecutivos; sem padrão de referência “ouro” aplicado uniformemente.