Anti-inflamatórios para dor muscular de início tardio: Revisão sistemática e metanálise
Por Roberto Lohn Nahon (Autor), Jaqueline Santos Silva Lopes (Autor), Anibal Monteiro de Magalhães Neto (Autor), Aloa de Souza Machado (Autor), Luiz Claudio Cameron (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 27, n 6, 2021.
Resumo
Investigar a eficácia das intervenções farmacológicas no tratamento da dor muscular de início tardio (DOMS).
Desenho:
Revisão sistemática e metanálise de estudos clínicos randomizados e controlados (RCTs).
Fontes de dados:
Os bancos de dados PubMed/MEDLINE, EMBASE, SPORTDiscus, Scielo e Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) foram pesquisados em busca de RCTs publicados antes de 3 de agosto de 2020. Critérios de elegibilidade para selecionar estudos: Estudos que 1) usaram um desenho de RCT; 2) avaliaram a eficácia de anti-inflamatórios esteroides ou não esteroides (AINEs) no tratamento de DOMS e 3) incluíram tratamento medicamentoso depois de exercício.
Resultados:
No total, 26 estudos (pacientes = 934) foram elegíveis para inclusão na análise qualitativa do tratamento de DOMS. Os resultados da metanálise não mostraram superioridade entre o uso e não uso de AINEs na melhora da dor muscular tardia, pois não foram verificadas diferenças estatisticamente significativas (21 estudos, n = 955; diferença média padronizada (SMD) = 0,02; Intervalo de confiança (IC) de 95% −0,58, 0,63; p = 0,94; I2 = 93%). A qualidade da evidência encontrada foi muito baixa de acordo com os critérios da Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE), e verificou-se heterogeneidade significante entre os estudos incluídos.
Conclusão:
Os resultados demonstram que os AINEs não são superiores aos controles ou placebos no tratamento de DOMS. A inclusão de estudos com protocolos de dose-resposta e com protocolos de exercícios podem ter influenciado os resultados. Além disso, o alto risco de viés identificado revela que as limitações devem ser consideradas na interpretação dos resultados. Nível de evidência I; Revisão sistemática de ECRC (Estudos clínicos randomizados e controlados).