Resumo

O objetivo principal deste estudo foi investigar o efeito da posição de coordenação, proposta no método da coordenação motora de Piret e Béziers (1992), na resposta de torque em preensão digital. Dezesseis jovens adultos (24,7 ± 2,2 anos de idade) foram solicitados a realizar duas tarefas distintas: produção de torque máximo em preensão digital e controle de torque em preensão digital constante e contínuo. Ambas as tarefas foram avaliadas em quatro diferentes posições do cotovelo (posição livre, em extensão, 45º de flexão e 90º de flexão) e três níveis relativos distintos de torque máximo (20%, 40% e 60%). Pique do torque máximo, variabilidade, irregularidade e precisão da resposta motora foram utilizados como variáveis dependentes. Os resultados não revelaram efeito da posição do cotovelo na produção de torque em preensão digital máximo e nem na resposta de controle de torque em preensão digital. Todavia, a resposta de controle de torque mostrou-se mais variável, mais irregular e menos precisa com o incremento dos níveis relativos de torque máximo. Tais achados não oferecem suporte à premissa do método da coordenação motora, o qual preconiza a existência de uma posição articular ótima do membro superior para a coordenação e controle motor. Além disso, os resultados permitem a constatação de que maiores níveis de torque demandam ajustes neuromotores mais complexos no sistema sensório-motor, todavia a posição do cotovelo parece não caracterizar-se como uma restrição determinante da tarefa de torque em preensão digital.

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