Resumo

O projeto de extensão “Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer” (VADL) está vinculado ao Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e, desde 1999, desenvolve ações em diversas regiões, predominantemente periféricas e de baixa renda, da cidade de São Carlos, interior de São Paulo, Brasil. Desde junho de 2022 as ações do VADL estão sendo realizadas na Estação Comunitária (ECO) do bairro Jardim Gonzaga, a partir da parceria firmada junto ao Centro Municipal de Extensão e Atividades Recreativas (CEMEAR), da Prefeitura Municipal de São Carlos (PMSC). As atividades ocorrem nas terças-feiras, das 18h às 20h. O VADL tem como objetivo geral a educação para e pelo lazer de crianças e adolescentes, entre 7 e 17 anos. Enquanto objetivos específicos as ações do projeto visam promover: a) atividades diversificadas de lazer; b) formação cidadã crítico-participativa-solidária; c) educação para e nas relações étnico-raciais, de gênero e inter-etárias; d) educação ambiental. O referencial teórico-metodológico pauta-se na Motricidade Humana (Manuel Sérgio), na Fenomenologia Existencial (Maurice Merleau-Ponty) e na Pedagogia Dialógica (Paulo Freire). Os jogos e brincadeiras realizados no projeto são definidos a partir de Rodas de Conversa dialógicas entre educadores/as e participantes, que juntos trocam experiências, saberes e combinam as atividades a serem realizadas na semana seguinte. Esta pesquisa tem como objetivo compreender os processos educativos da prática social do lazer que emergem da construção coletiva de jogos e brincadeiras realizadas na nova parceria do projeto no ano de 2022. Utilizamos a metodologia de investigação qualitativa, com ênfase na fenomenologia. Os dados foram coletados a partir dos Diários de Campo que foram construídos pelos/as educadores/as no final de cada vivência. Pautados nos Diários de Campo verificamos que foram realizados 51 jogos e brincadeiras diferentes, que abordaram atividades de musicalização, leitura, contação de histórias, capoeira, danças, atividades artísticas e jogos e brincadeiras tradicionais de culturas populares, africanas, afro-brasileiras e indígenas. Destacamos que a maioria destas atividades são propostas pelos/as próprios/as participantes, assim como as explicações e exemplificações acerca das dinâmicas e regras das atividades, que também são realizadas por eles/as, desenvolvendo autonomia e protagonismo. Em alguns momentos os/as participantes demonstram dificuldades em explicar a atividade, porém os/as educadores/as e os/as demais participantes ajudam na exposição das explicações, onde cada um contribuiu com uma regra, lembrete e restrição.