Resumo

O artigo analisa as disputas pelo significado dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro 2016 junto à opinião pública, com base na quantificação dos discursos midiáticos colhidos antes, durante e depois do evento. De início, reconstitui-se a ambiência e o noticiário dos preparativos, com o argumento de que, a despeito da projeção transescalar das Olimpíadas, o protagonismo local de políticos e autoridades da cidade concedido pelos meios de comunicação e pelas sondagens de opinião vincula-se ao debate organizacional em torno do calendário execução de obras e infraestruturas requeridas da prefeitura. Argumenta-se, em seguida, que o início dos jogos reposiciona o foco da mídia e dos institutos de pesquisa para a performance das competições propriamente ditas e altera a mensuração do olhar da população com relação à recepção e à percepção do valor do evento internacional para o país. Em um terceiro e último momento, o texto volta-se à tabulação da sondagem de indicadores valorativos da estatística das informações veiculadas pelas agências de notícias selecionadas, numa sistematização proposta pelos autores que escande como “neutras”, “positivas” ou “negativas” as matérias associadas à trigésima primeira edição de verão das Olimpíadas.

Referências

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