ômega-3 Plasmático é Positivamente Associado com a Massa Magra Apenas em Indivíduos com Baixa Ingestão Proteica
Por Flávia Moure Simões de Branco (Autor), Ana Elisa Madalena Rinaldi (Autor), Catarina Machado Azeredo (Autor), Erick Prado de Oliveira (Autor).
Em VIII Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
O consumo de ômega-3 (ω-3) parece aumentar a síntese proteica muscular de forma indireta, tornando o músculo mais sensível à captação de aminoácidos. Entretanto, nenhum estudo avaliou a associação entre ω-3 e massa magra de acordo com a ingestão proteica. O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação do ω-3 plasmático com o índice de massa muscular apendicular (IMMA) de acordo com a ingestão proteica. Foi realizado um estudo transversal que avaliou 1.037 indivíduos (20-59 anos) do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES) do biênio de 2011-2012. O ω-3 plasmático foi avaliado por espectrometria de massa e a massa magra (total e apendicular) por absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA). O IMMA foi calculado por meio da massa magra apendicular dividida pela altura ao quadrado. A regressão linear entre ω-3 total, ácido docosahexaenóico (DHA), ácido eicosapentaenóico (EPA) e ácido alfa-linolênico (ALA) plasmáticos e o IMMA foi realizada de acordo com a ingestão proteica: < 0,8 g/kg ou ≥ 0,8 g/kg. As análises foram realizadas em um modelo sem ajuste e ajustado por fatores de confusão (ingestão de proteínas, energia e álcool; tabagismo, idade, sexo, atividade física, renda familiar, estado civil, raça, escolaridade, diabetes, hipertensão, artrite e gordura corporal). Nenhuma associação foi encontrada no modelo sem ajuste. Entretanto, após ajuste para variáveis de confusão, o ω-3 total (β = 0.0029; IC = 0,0010; 0,0047, P = 0,005), ALA (β= 0,0060; IC = 0,0003; 0,0117, P = 0,041) e DHA (β = 0,0057; IC = 0,0022; 0,0093, P = 0,004) plasmáticos foram associados positivamente com o IMMA apenas nos indivíduos com baixa ingestão proteica. Em conclusão, os ácidos graxos ω-3 plasmáticos foram associados com o IMMA apenas em indivíduos com baixa ingestão de proteínas, mas não em indivíduos com o consumo proteico adequado. Estes achados sugerem que o ω-3 pode ter benefícios na massa muscular quando a ingestão de proteína é inadequada, mas nossos resultados precisam ser confirmados por ensaios clínicos randomizados