Resumo

Recentemente o conceito “Limiar Anaeróbio” tem sido muito criticado. As principais críticas
repousam sobre os mecanismos considerados para o aumento da concentração de lactato sangüíneo, hipóxia
muscular principalmente, e sobre a suposta relação de causa-e-efeito entre os limiares metabólico e
ventilatório. Apesar de criticado, o conceito Limiar Anaeróbio encontrou muitas aplicações, e por esta razão,
vários estudos foram realizados para facilitar a sua determinação não invasivamente, a partir de parâmetros
ventilatórios e da deflexão da curva de freqüência cardíaca. Recentemente o uso de aminoácidos tem se
difundido largamente entre os praticantes de atividades motoras, tornando-se objeto de estudo para vários
pesquisadores. Foi proposto que a suplementação de aminoácidos de cadeia ramificada, aspartato e
asparagina promove aumento da resistência ao esforço físico prolongado, em decorrência do aumento do
conteúdo de glicogênio muscular e síntese de oxaloacetato para manutenção da atividade do ciclo de Krebs e
do própio metabolismo oxidativo. Com isto o transporte de glicose para o interior da célula muscular diminui,
retardando a depleção de glicogênio muscular e a acidose metabólica, causas evidentes de fadiga. Em
conseqüência, a oxidação de AGLs durante o exercício contínuo moderado aumenta, retardando o acúmulo de
lactato sangüíneo e muscular. Isto retardaria o estímulo metabólico para o processo de tamponamento pelo
HCO3 - e a conseqüente compensação ventilatória para CO2, podendo dissociar os limiares metabólico e
ventilatório. A dissociação dos limiares reforçaria as críticas sobre o conceito Limiar Anaeróbio e poderia,
inclusive, prejudicar a sua identificação através de outros métodos, como por exemplo, a deflexão da curva de
freqüência cardíaca.

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