Resumo

O projeto de extensão universitária “Vivências em Atividades Diversificadas de Lazer” (VADL) teve início em 1999 e está vinculado ao Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O VADL tem como objetivo geral a educação para e pelo lazer de crianças e adolescentes, entre 7 e 17 anos, de comunidades vulneráveis da cidade de São Carlos, interior do estado de São Paulo, Brasil. Enquanto objetivos específicos as ações do projeto visam promover: a) atividades diversificadas de lazer; b) formação cidadã crítico-participativa-solidária; c) educação para e nas relações étnico-raciais, de gênero e inter-etárias; d) educação ambiental. O referencial teórico-metodológico pauta-se na Motricidade Humana (Manuel Sérgio), na Fenomenologia Existencial (Maurice Merleau-Ponty) e na Pedagogia Dialógica (Paulo Freire). O VADL por meio de suas práticas, propõe dinâmicas que envolvem oficinas de ciclismo, futebol, fútbol callejero, musicalização, leitura, contação de histórias, capoeira, natação, danças, ateliê de criação artística e jogos tradicionais de culturas populares, africanas, afro-brasileiras e indígenas. As atividades são organizadas a partir de Rodas de Conversa dialógicas entre educadores/as e participantes, que juntos trocam experiências, saberes e combinam as atividades a serem realizadas na semana seguinte pautadas nos temas geradores levantados anualmente com toda comunidade participante (crianças, adolescentes, pais ou responsáveis, funcionários/as da Estação Comunitária do Jardim Gonzaga -onde ocorrem os encontros- e os/as educadores/as). O presente estudo traz dados preliminares de uma pesquisa de doutorado que tem como objetivo central compreender os processos educativos da prática social do lazer que emergem das memórias dos/as participantes egressos/as do projeto VADL. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa com ênfase na fenomenologia, modalidade fenômeno situado. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 23 participantes egressos/as do projeto que possuem mais de 18 anos de idade. Pautados nas entrevistas construímos as seguintes categorias: A) “Aprendi muita coisa que eu levo até hoje”; B) “O amor que vocês tem por nós”. Na categoria A, identificamos nas falas dos/as participantes egressos/as a importância que o projeto teve na diversidade de aprendizagens desencadeadas pela fruição de jogos, brincadeiras, leituras e passeios, que possibilitaram processos de socialização, construção de vínculos de amizade, de respeito ao próximo, de brincar em grupo, de aprender a dividir, conhecimento de novas culturas, vivências e transformação da visão de mundo. Já na categoria B, identificamos falas relacionadas ao carinho dos/as participantes egressos/as com os/as educadores/as. Também ressaltaram o comprometimento e afetividade dos/as educadores/as com o projeto, com os/as