300 palavras (24). Conhecer, querer, agir! Ou não.
Integra
Se há tantas evidências, e a maioria das pessoas entende o valor da atividade física para a saúde, por que muitas pessoas não adotam e mantém um estilo de vida ativo? De fato, a fórmula para mudança de comportamento não é simples. É fácil sentar, ouvir especialistas (ou influencers) e pensar: isso é importante! Difícil é tirar a bunda da cadeira e agir, para que essa coisa “importante” mude algo em nossas vidas ou no contexto em que vivemos.
Todo sistema vivo é regido por duas tendências fundamentais: uma em direção à evolução (mudança) e outra em direção à homeostase (ou estabilidade dinâmica). Essa relação (homeostase x evolução) gera toda a complexidade da mudança nos sistemas humanos. Portanto, nunca subestime as incertezas envolvidas quando se está tentando mudar o comportamento humano!
Num modelo simplificado, o processo de mudança envolve educação, motivação e oportunidades na vida das pessoas. Bem informadas e motivadas para a mudança, as pessoas podem escolher o que, quando, com quem e mesmo SE querem fazer (ou deixar de fazer) algo - sempre em função do “cardápio” que a vida lhes apresenta. Acesso, opção de escolha, baixo custo, proximidade, segurança, suporte social, autoeficácia... podem ser facilitadores para que as mudanças ocorram.
Cessar um comportamento de risco tem mecanismos diferentes de iniciar um comportamento saudável. O medo de morrer pode levar alguém a deixar de fumar, por exemplo, mas tornar-se mais ativo ou comer mais frutas decorre de um processo focado no bem-estar, não no medo. Em ambos os casos, nossa percepção dos custos e benefícios pessoais pesam nas decisões.
Além disso, existe a discrepância entre crença x prática (“sei que faz bem, mas não pratico”). Conhecemos os benefícios e riscos de nossos comportamentos. Muitas vezes queremos mudar, mas as escolhas pessoais, contingenciadas por um coquetel de barreiras e facilitadores em nossas vidas, nos levam a falar mais do que fazer. “O sábio é alguém que primeiro pratica suas palavras, e depois fala conforme suas ações” (Confúcio).
Grande abraço.
Markus Nahas