Integra
O distanciamento social pode nos tornar mais solitários ou fortalecer nossos
contatos. Depende de como respondemos, pois isso não deixa de ser uma forma de
estresse. Um livro recente ( Together: The Healing Power of Human Connectedness in
a Sometimes Lonely World ; Dan Buettner e Vivek Murthy) discute esse tema e
propõe três formas de solidão: íntima (falta da proximidade de pessoas realmente
ligadas afetivamente, como esposo(a) ou melhor amigo); relacional (falta de
interação com amigos próximos, com quem você compartilharia momentos de
lazer); e coletiva (falta de identificação com a comunidade próxima).
Quando podemos nos sentar próximos aos outros para um café ou quando é
possível abraçar amigos e familiares com frequência, parece que a vida fica muito
mais leve e alegre. Em tempos recentes, entretanto, o fato de vivermos em
comunidades superpovoadas não significa ter a proximidade social traduzida por um
abraço ou mesmo um sorriso simpático. Empatia, então, parece mercadoria escassa
nas prateleiras da vida cotidiana.
O distanciamento (ou mesmo o isolamento) social parece nos levar a um ponto de
decisão: aumentamos distância das outras pessoas e reduzimos a comunicação
interpessoal ou evitamos a proximidade física, mas aumentamos a conectividade
pelos inúmeros meios que a tecnologia nos proporciona. Em minha experiência
pessoal, durante o isolamento da COVID 19, percebi que meus contatos e interações
sociais aumentaram, e muitas pessoas – ex-alunos, amigos e parentes distantes -,
passaram a se comunicar comigo com mais frequência. É claro que, junto com boas
conexões e troca de experiências, vem uma enxurrada de mensagens, fotos e vídeos
absolutamente dispensáveis. A filtragem eficiente é um predicado necessário para
evitar a avalanche de notícias e imagens pouco relevantes (e, às vezes, não
verdadeiras).
“O mais importante na conectividade social não é a proximidade, mas a
vulnerabilidade, a empatia e o foco na atenção” (Vivek Murthy).”
Grande abraço.
Markus Nahas