Integra

Em meio a expressões como ansiedade, depressão e síndrome de Burnout, cuidar da saúde mental parece, cada vez mais, uma tarefa difícil e complexa. Vivemos um tempo marcado pelo bombardeio constante de informações, pela instabilidade social e emocional e por uma pressão crescente por desempenho em todas as áreas da vida.

Nesse cenário, surge uma pergunta importante: como um adolescente pode se proteger dessa realidade?

A adolescência não é apenas uma fase biológica é, também, uma construção sociológica. Trata-se de um período de transição entre a infância e a vida adulta, em que o indivíduo busca sua identidade, autonomia e pertencimento. Porém, essa busca acontece em um contexto social que frequentemente exige resultados imediatos, produtividade e sucesso constante.

Nesse contexto, os estudantes de cursos integrais, especialmente na rede federal, enfrentam um desafio ainda maior. Além da carga de estudos e da convivência intensa dentro do ambiente escolar, lidam diariamente com cobranças por rendimento, acúmulo de tarefas, trabalhos, avaliações e a constante necessidade de “dar conta de tudo”. Essa rotina pode gerar cansaço físico e mental, desmotivação e até sintomas de ansiedade ou exaustão.

Mais do que nunca, é essencial falar sobre saúde mental e cuidado de si. Práticas corporais, momentos de lazer, descanso, convívio social e o diálogo aberto com professores e colegas são fundamentais para equilibrar corpo e mente.

Cuidar da saúde mental é, portanto, um ato de resistência e de sabedoria. Um gesto de autocuidado que permite atravessar as pressões do mundo contemporâneo sem perder o que há de mais importante: a própria humanidade.
Educar para o autocuidado, é ajudar adolescentes a lidar melhor com a realidade contemporânea. Mas, de quem é essa tarefa?

Professor Alexandre Machado Rosa