A associação entre características psicossociais e atividade física no tempo livre não é modificada pelo sexo e nível socioeconômico
Por Ana Carolina Turola Kojima (Autor), Thamires Gabrielly dos Santos Coco (Autor), Rodrigo Siqueira Reis (Autor), Adriano Akira Ferreira Hino (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
Apesar da relação das características psicossociais e atividade física (AF) já ser relativamente estudada na literatura, ainda é pouco compreendido como essa pode ser modificada conforme o sexo e nível socioeconômico (NSE). OBJETIVO: Analisar o papel moderador do sexo e NSE na relação entre características psicossociais e a prática de AF no lazer em adultos. MÉTODOS: O estudo transversal realizado em 2010, em Curitiba, avaliou 696 adultos selecionados em regiões com características distintas de walkability e renda. O Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) foi utilizado para avaliar a prática de AF seguindo as atuais recomendações (>150 min/sem). O apoio social de familiares (ASF) e amigos (ASA), autoeficácia, satisfação e intenção para a prática de AF foram avaliados por escalas. A associação entre as variáveis psicossociais e AF foi testada por regressão logística. O papel moderador do sexo e NSE foi testada por análise estratificada, com a inclusão de termos de interação no modelo. RESULTADOS: As variáveis psicossociais analisadas foram associadas com a prática de AF, exceto o ASF no baixo NSE (OR=1,00; IC95%:0,90-1,11). Contudo, entre pessoas com alto NSE, foi estatisticamente significativa (OR=1,12; IC95%:1,05-1,19), com o termo de interação indicando uma associação 12% mais forte entre as pessoas com alto NSE (ORinteração=1,12; IC95%:0,99-1,26). No entanto, as análises com termos de interação não mostraram-se significativas, com exceção da autoeficácia e sexo no modelo bruto (ORinteração=0,86; IC95%:0,76-0,98). CONCLUSÃO: A associação das características psicossociais com a AF no lazer não é modificada pelo sexo e NSE, apesar do ASF estar associado com a AF entre pessoas com alto NSE. Estes resultados sugerem que intervenções com foco nas características psicossociais podem ter efeito similar entre os sexos e distintos NSE.