A atividade física no lazer modera a associação entre a interseccionalidade e o consumo de álcool?
Por Rodrigo da Silva Almeida (Autor), Eylla Cristina Vieira Freitas (Autor), Samanta Barbosa Feitosa (Autor), Karoline Barreto da Rocha (Autor), Carla Menêses Hardman (Autor), Daniel da Rocha Queiroz (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
INTRODUÇÃO: Além dos impactos negativos do consumo de álcool, é necessário aprofundar como múltiplas formas de desigualdades sociais combinadas se relacionam a esse fenômeno. Além disso, o papel moderador da atividade física nessa associação permanece pouco explorado. OBJETIVO: Identificar a associação entre interseccionalidade e consumo de álcool, moderada pela Atividade Física no Lazer (AFL) em adolescentes. MÉTODOS: Estudo transversal com 1.036 adolescentes de 14 a 17 anos, matriculados em escolas públicas estaduais da Região Metropolitana do Recife. Os dados foram coletados por meio da versão adaptada do Global School-Based Student Health Survey. A variável independente foi a interseccionalidade, analisada através do Índice de Jeopardy que considerou interseccionalidades de raça, escolaridade materna e sexo. Classificou-se os grupos em uma escala de 0 (mais privilegiado) a 3 (mais oprimido). A variável dependente foi o consumo de álcool (uso, não uso), e a moderadora foi a prática de AFL (sim, não). As associações foram analisadas por regressões logísticas binárias. RESULTADOS: Em comparação ao grupo 0 (mais privilegiado), a chance de não consumo de álcool foi menor nos grupos 1, 2 e 3: Grupo 1: OR = 1,96 IC95% = 1,18 - 3,25; Grupo 2: OR = 2,35 IC95% = 1,36 - 4,07 ; Grupo 3: OR = 1,87 IC95% = 0,77 -4,55. Após a análise de moderação pela prática de AFL, todos os grupos apresentaram maiores chances de não consumir álcool, especialmente o grupo 3 (OR = 3,63 IC95% = 1,10 - 11,92). CONCLUSÃO: Adolescentes mais vulneráveis apresentaram menor chance de não consumir álcool do que os mais privilegiados. A prática de AFL moderou essa associação, ampliando o menor consumo de álcool nos grupos vulneráveis. Os achados reforçam a importância de reduzir desigualdades, conforme o ODS 10.2