A fotografia e a política do brincar

Parte de Lazer, Práticas Sociais e Mediação Cultural . páginas 36 - 51

Resumo

Brincar, ainda hoje, é uma das coisas mais importantes que faço na vida. Fui uma criança que brincou muito. Explorei cada possibilidade. Sou um adulto que brinca muito – seja com minha filha, meus sobrinhos, meus alunos. Mas brinco. Quando criança, criava inúmeros projetos – imaginários ou não. Planejava, desenhava, executava e, por fim, testava. Experimentava. Nem sempre tudo saía como o planejado, mas isso pouco importava. A cada projeto, eu aprendia. E a vida deve ser mesmo assim, um aprendizado constante. Da criança que fui ao adulto que me tornei, muitas coisas não mudaram. A começar por essa “brincadeira” ininterrupta que é o projetar. Ainda crio projetos. Com objetivos muito diferentes, óbvio. Mas, ao olhar para meus projetos hoje, consigo enxergar muito dos meus projetos da infância, principalmente no que diz respeito à experimentação. Experimentar tornou-se algo natural na minha vida, graças as minhas brincadeiras e ao meu avô, o sr. Américo, uma espécie de “Professor Pardal”, que passou quase os seus 102 anos desmontando e reconstruindo coisas. Cresci ao seu lado, e foi ao seu lado também que descobri que podia consertar qualquer objeto nesta vida e ir além: é possível ressignificar o funcionamento de qualquer coisa.