A Ginástica como diferencial para a transformação social.
Por Rosangela Avelino de Faria (Autor).
Resumo
A Ginástica como diferencial para a transformação social: Trabalho na EMEF Carlos Correa Mascaro, localizada no Jardim da Conquista, São Mateus, zona leste de São Paulo. Região de grande carência social e econômica, principalmente, com crianças e jovens. Desenvolvo diversos projetos (xadrez, Ginástica rítmica e artística) contando com 7 turmas num total de 210 alunos atendidos. Nosso cotidiano envolve muito treino e estudos: superação constante dos limites físicos e mentais. Gostaria de me atentar a esse aspecto para dialogar sobre a importância social do Esporte na formação de cidadãos. Entretanto, também estamos desenvolvendo nossas crianças e jovens à ampla formação de atletas (há biografias de ex alunos que seguiram esse caminho). Desenvolvemos nossas atividades cientes de que nossos alunos enfrentam diariamente diversos tipos de violência: econômica (provenientes da exclusão social), doméstica (família) e da ausência do estado ( saúde, educação e cultura) que mantém apenas o mínimo. Os itens mencionados influenciam na pontualidade ,assiduidade ,vestimenta necessária e materiais utilizados nas aulas, e muitas vezes presenciamos os jovens passando fome (mesmo com a refeição fornecida pela prefeitura) o que acarreta numa falta de empenho eficaz. Entendemos que a oportunidade do esporte na educação não deve ser perdida pois é um elemento de transformação individual e coletiva e que desperta a disciplina, a coragem para enfrentar os desafios, respeito às regras, ao próximo e as instituições; transformações necessárias para que sirvam melhor a população com essas carências específicas. No caso do Xadrez é sabido que o exercício mental e estratégico traz no seu bojo possibilidades intelectuais de organização e desenvolvimento da abstração pela luta por conquistas e transformação da realidade “culpa” a própria vítima e a sua sorte. Neste sentido a Ginástica torna-se um elemento de luta, pois permite a superação dos limites físicos e cognitivos contra qualquer agressão. O desenvolvimento da força, da elasticidade, do equilíbrio do corpo e da mente, permite a luta da praticante em sua plenitude e potencialidade, além de ocasionar uma preocupação com a conservação do físico. O esporte faz com que haja uma interação entre o conjunto, melhorando a comunicação e amadurecendo os sentidos. Estou convencida, como Gonçalves (1994), de que o corpo é um meio de comunicação empática com o mundo, participante ativo dos processos de sociabilidade. As práticas corporais são partícipes desse movimento, já que os gestos e os movimentos contém sentidos e significados que nos educam. Com as visitas de ex-alunos, muitos deles projetados e encaminhados no meio acadêmico ou até mesmo formados, mostram resultados sociais de amizade, de convivência e amadurecimento.No entanto gostaria de falar da Ginástica. Sabemos que são altos os índices de violência contra a mulher e em meu projeto o número de estudantes do sexo feminino representa 90% em relação ao masculino. E elas sofrem com a violência e a opressão que geram insegurança e sensação de não pertencimento do próprio corpo. Essa violência é algo comum no meio familiar, social e cultural e muitas vezes atribui-se a