A participação feminina no rubgy tag
Por Carolina da Silva Guedes Voros (Autor).
Resumo
As aulas de educação física escolar, desde os seus primórdios até o dia de hoje, mostrou ser um espaço de lutas políticas e sociais, historicamente construída a partir de concepções tradicionais baseadas em perspectivas tecnicista, biológicas e psicopedagógicas. Essas concepções, tradicionalmente conhecidas por valorizar os alunos mais habilidosos e com maior aptidão física e com características excludente, seletiva e classificatório, tem desconsiderado as individualidades, singularidades e subjetividades dos educandos em suas dimensões ética, política, étnico-raciais, as suas relações interpessoais e de gênero. Nessa perspectiva, em meio a um processo físico-educativo em que se privilegia a técnica e a aptidão física, surge uma modalidade esportiva com caráter coletivo chamado tag Rugby, conhecido como rugby escolar, contrapondo-se a uma cultura organizacional esportiva que valoriza somente os esportes mais tradicionais ( futebol, basquete, vôlei e handebol). O rugby tag é um jogo pré-desportivo com características e regras próprias, adaptado do rugby tradicional. Essa modalidade tem apresentado grande expansão no ambiente escolar por valorizar princípios de solidariedade, integridade, disciplina e respeito e por apresentar como uma de suas características a minimização do contato entre os participantes tem melhorado as relações de gênero e facilitado a inserção das mulheres nessa modalidade. A inclusão das mulheres nas aulas de educação física tem sido construída ao longo dos anos e apesar do progressivo aumento de sua participação há ainda um preconceito quanto à sua prática, principalmente em esportes considerados “masculinos”. Dentre os principais esportes, o Rugby desponta como um dos mais tradicionais, assim como o futebol, tendo sido praticado, predominantemente, por indivíduos do sexo masculino. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi verificar o número de mulheres que praticavam o rugby tag na EMEF JD. Fontallis nos anos de 2017 e 2018 e traçar um perfil das praticantes, bem como identificar os pontos positivos e pontos negativos da prática dessa modalidade e as relações de gênero durante as aulas desse esporte. Durante esse período, os alunos foram submetidos a questionários sobre sua participação com questões relacionadas aos aspectos afetivos e atitudinais. Além disso, foram realizados registros e documentações pedagógicos sobre a participação e as formas de relação entre os alunos durante a prática do esporte e traçado um perfil dos estudantes em relação á idade, altura, localização da moradia do estudante, período e ano do ciclo. Com base nos registros e no perfil traçado desses estudante podemos concluir que a prática do rugby por alunos do sexo feminino tem um enorme potencial de socialização e integração além de valorizar o respeito às diferenças, seja ela de gênero, biológica, cultural ou étnico-racial, fazendo com o esporte tenha um papel fundamental na formação de seus estudantes por meio de um olhar crítico às questões sociais, principalmente em relação as questões de gênero.
Referências Bibliográficas
Corsino, Luciano Nascimento; Gomes, N.C A prática de atividade física de alunas e alunos de uma escola pública do município de São Paulo. In: Seminário internacional Desfazendo Gênero: Subjetividade, Cidadania e Transfeminismo, 2013, Natal. COLETIVOS de autores. Metodologia do ensino de Educação Física, 2ed, São Paulo: Cortez, 2009. FERREIRA. Vanja. Educação Física escolar: desenvolvendo habilidades. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.