Resumo

O uso de substâncias para a melhoria da performance é uma atividade antiga e está presente em todos os níveis de competição. Destacamos o caso do ciclista estadunidense Lance Armstrong e a partir dele o objetivo é apontar quais são os condicionantes sociais subjacentes à situação do doping no esporte. A pesquisa qualitativa e descritiva utilizou como material empírico duas entrevistas do ciclista disponíveis on-line. A análise cercou-se das contribuições sobre a ação coletiva e desvio, a noção de poder simbólico e suas sutilezas manifestas nos campos de produção dos bens culturais, e a ética do desporto. Notou-se que, o doping esportivo como uma forma de desvio é uma produção social fruto das relações estabelecidas entre agentes históricos inseridos no campo. Muitos atletas, tomados pelas exigências da carreira e as expectativas do esporte-espetáculo, desenvolvem sua carreira às custas da conduta desviante. E embora haja uma rede de agentes envolvidos, em caso de flagrante, o atleta se torna o único responsável pela prática do doping. Ademais, no campo do esporte há dois tipos de desvios: o social – tráfico de drogas – e o ético – relacionado ao comportamento imoral no campo esportivo, tendo em vista a ética inerente ao campo.

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