Resumo

Uma das opções para indivíduos que não toleram altas intensidades é o treinamento com restrição de fluxo sanguíneo (RFS). Ademais, a terapia baseada em realidade virtual (TRV) pode promover melhorias no desempenho cardiovascular, na adesão e motivação. Assim, ao associar essas técnicas, podese desenvolver um método alternativo para idosas, no entanto, é necessário verificar a segurança cardiovascular da sua aplicação. OBJETIVOS: avaliar o comportamento dos parâmetros hemodinâmicos após uma sessão de TRV com ou sem RFS em idosas. MÉTODOS: ensaio clínico randomizado cruzado com washout de uma semana realizado com 17 idosas com média de idade de 66,82±4,11 anos alocadas aleatoriamente em três condições: TRV-RFS, apenas TRV e controle. A TRV foi executada utilizando o videogame Nintendo Wii® com os jogos Hulla Hoop, Free Run e Free Step com duração de 21 minutos. A RFS ocorreu na coxa proximal e estabelecida em 40% da pressão de oclusão absoluta. O controle recebeu uma sessão educacional com a mesma duração dos outros grupos. Inicialmente, para todas as condições, em repouso, foram coletados: frequência cardíaca [FC] por meio do cardiofrequencímetro, pressão arterial sistólica [PAS] e diastólica [PAD] pelo método indireto com estetoscópio e esfigmomanômetro, saturação periférica de oxigênio [SpO2] pelo oxímetro e calculado o duplo produto [DP] pela fórmula DP = FC x PAS. Na sequência, aplicou-se a intervenção previamente randomizada e imediatamente após o seu término, iniciouse o período de recuperação em que novamente foram coletados os parâmetros hemodinâmicos nos minutos 1, 3, 5, 7, 10, 20, 30, 40, 50 e 60. Para as comparações, utilizou-se ANOVA bifatorial com p<0,05. RESULTADOS: não foi observada diferença estatística entre as condições ou interação condições vs. momentos. No período recuperativo a PAS diminuiu significativamente do 40 aos 60 minutos comparado ao basal para a TRV-RFS e do 30 aos 60 minutos em comparação ao basal na TRV. A FC apresentou aumento do momento basal comparado com o 1' (p=0,002) e 3' (p=0,001) para a TRV-RFS e dos 1º até 20 minutos da recuperação em comparação ao baseline para a TRV. O DP aumentou entre o minuto basal com o 1' (p=0,001) para TRV e TRV-RFS. CONCLUSÃO: a TRV com ou sem RFS não foi suficiente para causar desequilíbrio hemodinâmico na recuperação pós-exercício de idosas. A TRV-RFS provocou mínimas alterações, no entanto, em até 60 minutos todos os parâmetros hemodinâmicos já se recuperaram.

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