Resumo

 Compreender fatores socioeconômicos de jovens em projetos esportivos é essencial para desenvolvimento de políticas públicas inclusivas, sobretudo em modalidades complexas e custo elevado, como Triathlon. OBJETIVO: Caracterizar o perfil socioeconômico dos jovens participantes da Escolinha de Triathlon de Matinhos, em um projeto de extensão da Universidade Federal do Paraná. METODOLOGIA: Realizamos um estudo descritivo, com amostragem intencional, no qual aplicamos um questionário online direcionado aos responsáveis. O instrumento contemplou variáveis socioeconômicos, de acesso e de motivação. Seguindo critérios da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP) definimos pela renda familiar as classes socioeconômicas: (A), superior a R$ 22 mil; (B) entre R$ 13 e R$ 22 mil; (C) entre R$ 7 e R$ 12.999 mil; (D) entre R$ 4 e R$ 6.999 mil; (E) até R$ 3.999. RESULTADOS: Participaram 46 crianças, 54% meninos e 58% autodeclarados brancos. Observou-se que aproximadamente metade dos responsáveis (P:50%; M:48%) possuíam elevada escolaridade com ensino superior completo. Contudo, as participantes eram majoritariamente das classes D (53%) e E (17%), enquanto apenas 15% das classes B e C, não havendo registros da classe A. O deslocamento até o projeto ocorreu majoritariamente por transporte particular (70%), com tempo inferior a 14 minutos. A entrada na escolinha foi fortemente influenciada pelos responsáveis (76%). CONCLUSÃO: o perfil identificado difere do estereótipo elitizado geralmente atribuído ao Triathlon, revelando participação significativa de famílias das classes D e E, mas com elevado capital cultural, indicando que a escolaridade parental é um forte preditor da participação dos filhos em atividades físicas organizadas. Esses achados reforçam o papel de projetos de extensão universitária como estratégias eficazes para democratizar o acesso ao esporte, embora barreiras logísticas, como a dependência de transporte particular, ainda demandem atenção no âmbito das políticas públicas.

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