Ambiente da vizinhança e espaços de lazer para a prática de atividade física em adultos com diabetes tipo 2 na área urbana de Iranduba, Amazonas
Por Maria Natália Cardoso (Autor), Cassiano Ricardo Rech (Autor), Hércules Lázaro Moraes Campos (Autor), Iris Díaz Carrasco (Autor), Natalia Santos (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A prática regular de atividade física (AF) é fundamental no manejo do diabetes tipo 2 (DM2). Contudo, fatores ambientais e sociais podem limitar essa prática, especialmente em regiões com vulnerabilidades estruturais, como o interior da Amazônia.OBJETIVO: Analisar a associação entre a percepção do ambiente da vizinhança e as características dos espaços de lazer com a prática de AF entre adultos com DM2 em Iranduba, AM.MÉTODOS: Estudo transversal de abordagem quantitativa, com 274 adultos diagnosticados com DM2. Utilizaram-se os instrumentos IPAQ-E e PARA para avaliar percepção ambiental e qualidade dos espaços públicos de AF. A prática de AF foi mensurada pelo IPAQ versão longa. Realizaram-se análises descritivas e de associação com significância de p≤0,05.RESULTADOS: Foram auditados 11 espaços de lazer, sendo 8 públicos, majoritariamente concentrados no centro urbano e com baixa qualidade. Apesar de 53,3% dos participantes residirem a até 500 metros de um espaço de AF, essa proximidade não se associou significativamente à prática de AF. Em contraste, a percepção positiva do ambiente esteve associada a maior envolvimento com caminhadas e AF moderada/vigorosa (AFMV). Participantes com melhor percepção ambiental tiveram até 3 vezes mais chances de realizar AF. Barreiras como criminalidade e trânsito intenso foram relatadas; calçadas conservadas e cruzamentos seguros foram destacados como facilitadores. CONCLUSÃO: A percepção do ambiente mostrou-se mais relevante que a presença física de espaços de AF. Estratégias urbanas simples, como melhorias em calçadas, segurança e iluminação, podem promover a AF e beneficiar pessoas com DM2. Esses achados reforçam a necessidade de políticas públicas locais sensíveis às especificidades amazônicas.