Análise da participação feminina nos jogos escolares do instituto federal de São Paulo
Por Fernanda Moreto Impolcetto (Autor), Lilian Aparecida Ferreira (Autor), Ligia Estronioli de Castro (Autor), Fabiana Andreani (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia de Esporte - CONIPE
Resumo
Os Jogos Olímpicos marcaram um momento histórico, em Paris no ano de 2024, com a participação expressiva de mulheres, quase igualando-se à parcela masculina. Este marco nos faz ponderar se no contexto escolar brasileiro a inclusão das mulheres também estaria se materializando em desdobramentos de outras competições esportivas. No Instituto Federal de São Paulo a etapa estadual dos jogos escolares ocorre anualmente desde 2022, um cenário recente e ainda pouco explorado. Tais jogos contemplam uma categoria, sub-19, com dez modalidades masculinas e femininas (atletismo, basquete, futsal, handebol, judô, natação, tênis de mesa, voleibol, vôlei de praia e xadrez) e o futebol de campo apenas para os homens. Objetivo: Analisar a participação feminina nos Jogos Escolares do Instituto Federal de São Paulo (JIF-SP). Metodologia: Análise documental e quantitativa das inscrições dos estudantes no JIF-SP de 2022 e 2023. Resultados: Os dados apontaram para: a) número total de inscrições femininas inferior à masculina tanto em 2022 (<19,66%) quanto em 2023 (<23,44%); b) mais de 60% das vagas ofertadas às mulheres nas modalidades coletivas não são preenchidas; c) maior discrepância na quantidade de equipes masculinas (M) e femininas (F) na modalidade de basquetebol (2022 – 6F e 14M; 2023 – 3F e 22M); d) maior quantidade de equipes femininas somente no handebol e voleibol em 2022 e em 2023 apenas no vôlei de praia. Conclusões: Identificamos baixa representatividade das mulheres no JIF-SP, sendo a presença feminina escassa em muitas modalidades. É preciso ressaltar que as vagas nas modalidades femininas são ofertadas, mas há uma baixa adesão, o que sugere a necessidade de repensar tais jogos, se o modelo adotado está assentado em estruturas que favorecem mais aos homens do que às mulheres, ou ainda, se mudanças institucionais (outras estruturas, dinâmicas e alterações de regras) poderiam ser mais atrativas e aumentar a participação das mulheres.