Resumo

: O futebol feminino é uma modalidade que vem crescendo substancialmente no Brasil e no mundo. Ao considerar o treinamento no futebol, a utilização de pequenos jogos (PJ) como método de treino, visa aprimorar as respostas físicas, técnicas e táticas das jogadoras, por meio da manipulação de restrições de tarefas, como desequilíbrio numérico, limitação de toques na bola, tamanho de campo, dentre outras (CLEMENTE et al., 2023). Contudo, pouco se sabe sobre estas respostas por meio de PJ com desequilíbrio numérico em equipes femininas. Objetivos: O objetivo do presente estudo foi comparar as respostas físicas, fisiológicas e táticas no futebol feminino de elite a partir de PJ praticados com igualdade numérica (G + 3 vs. 3 + G) e superioridade numérica na fase ofensiva (G + 3 vs. 3 + G + 1). Referencial Teórico: Embora as demandas físicas, fisiológicas e táticas impostas a jogadores de futebol masculinos e femininos sejam semelhantes, estes atletas se desenvolvem e apresentam desempenhos e respostas diferentes frente a essas demandas impostas pelo contexto do jogo (O'BRIEN-SMITH et al., 2019). Mesmo havendo semelhanças, os achados de jogadores de futebol do sexo masculino não devem ser simplesmente traduzidos para as jogadoras do sexo feminino devido a várias diferenças potenciais existentes entre esses grupos, incluindo características fisiológicas, aptidão física, histórico de treinamento e estilo de jogo (ROMERO-MORALEDA et al., 2021). Materiais e métodos: Participaram do estudo 16 atletas adultas de futebol profissional. A análise dos dados físicos e posicionais foram obtidos por meio de GPS. A FC foi registrada durante os PJ por monitores de frequência cardíaca compatíveis com o GPS. As variáveis dependentes utilizadas para a resposta fisiológica foram a FCmáx. e FCmédia. Para a resposta física foram utilizadas as distâncias percorridas nas velocidades 3,0 – 7,19 km/h, 7,20 – 14,29 km/h e 14,30 – 19,69 km/h. Para as respostas táticas foram o índice de exploração espacial (IEE), a profundidade, a largura, o índice de alongamento e razão largura/profundidade. Resultados e Discussão: Os resultados mostraram valores mais baixos da FCmáx. [Z= 2,451; p=0,01; d=0,34] e aumento na distância total percorrida na velocidade 7,20 – 14,29 km/h para a configuração em superioridade numérica [t(23)=2,725, p=0,001, d=0,60]. Para as respostas táticas, os resultados mostraram menores valores de IEE [t(23)=4,404, p=<0,001, d=0,98], profundidade [t(23)=4,110, p=<0,001, d=0,71] e índice de alongamento [t(23)=2,789, p=<0,02, d=1,20] na configuração de superioridade numérica. Conclusão: Conclui-se que nos jogos com superioridade numérica houve aumento na resposta física relacionado a distância total percorrida na velocidade 7,20 – 14,29 km/h e diminuição da resposta fisiológica e tática no que diz respeito a FCmáx, ao IEE, à profundidade e índice de alongamento quando comparado com os jogos de igualdade numérica, observa-se o comportamento mais agrupado e menos exploratório das atletas quando realizado o jogo neste contexto

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