Resumo

Pacientes acometidos por doença de Parkinson apresentam redução da capacidade funcional ao longo do tempo. A prescrição de exercícios tem sido empregada na tentativa de mitigar tais alterações, mantendo a saúde e qualidade de vida dessa população. OBJETIVOS: Analisar o perfil de funcionalidade de pacientes com doença de Parkinson ao longo de um ano de intervenções com exercícios físicos. MÉTODOS: A amostra foi composta por participantes do Programa Parkinson, um projeto de pesquisa e extensão realizado na cidade de Dracena/SP. Para este estudo, foram utilizados os dados do ano de 2022 dos pacientes que participaram das três avaliações e completaram ao menos 75% de participação no programa de exercícios, realizado duas vezes por semana, composto por exercícios de força, coordenação motora, caminhada e bicicleta estacionária. O número de quedas e hospitalizações nos 30 dias prévios às avaliações foram autorreferidos. A avaliação de força/resistência muscular de membros inferiores foi realizada por meio do máximo de repetições em 1 minuto no teste de sentar e levantar (TSL). A capacidade cardiorrespiratória foi analisada por meio do Teste de Caminhada de 6 Minutos. A força de preensão manual foi aferida utilizando-se um dinamômetro digital. Todos os testes foram realizados por monitores treinados, três vezes no ano. As análises foram performadas utilizando-se o software SPSS versão 20.0, com nível de significância de 5%. Anova foi empregada para as comparações de médias e o teste Z para comparação das proporções nas variáveis categóricas. RESULTADOS: Participaram 10 pacientes com média de idade de 74 (6,7) anos, sendo 6 homens e 4 mulheres. As prevalências de queda nas 3 avaliações foram 60%, 37,5% e 30% e de hospitalizações foram de 20%, 12,5% e 0,0%, com significância estatística na comparação entre a primeira e a última avaliação (p<0,05). As médias de repetições para o TSL foram de 15,3, 19,4 e 22,8 repetições nas 3 avaliações, respectivamente, com diferença significante entre as avaliações 1 e 3 (p=0,03). A força de preensão manual aumentou de 22,4 (8,6) kg para 25,9 (2,9) kg do início para o final do ano. Não houve diferença para o desempenho no TC6M entre as 3 avaliações, com média de 300m caminhados em todas as avaliações. CONCLUSÃO: Um programa de exercícios físicos sistematizados, duas vezes por semana, parece ser benéfico para manutenção de funcionalidade, podendo exercer papel protetor para quedas e hospitalizações.

Acessar