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A Natureza está ainda mais bela. Duas rainhas estão voltando- uma nos ares e outra nos mares.

Embora nunca tenham, em passado recente, desaparecido de nossas praças e jardins, polinizando e embelezando, as borboletas monarcas, com suas asas laranja e listras pretas, estavam desaparecidas em quantidade, da América do Norte, seu local de origem presumida.

É muito triste saber que, em decorrência das mudanças climáticas, com a destruição dos habitats onde hibernam, estão ameaçadas, com uma diminuição de mais de oitenta por cento, nas últimas décadas.

Venda legal e ilegal de madeira, desmatamento, pesticidas, temperaturas extremas são suas inimigas.

Foi seu grande potencial de voo, (a maior imigração entre os invertebrados- pelo qual o nome Monarca foi conferido), usado para hibernarem em terras onde se situam suas plantas hospedeiras, que permitiu que elas colonizassem a Europa, o Norte da África e Austrália, em locais onde existe o algodoeiro falso, sua planta hospedeira. Mas as que se originaram não são migradoras, como as Norte Americanas.

Em 2020, os “contadores” de borboletas, registram apenas duzentas em um bosque da California, e agora passaram de vinte e quatro mil no local. Ao todo contaram 335 mil monarcas.

Segundo pesquisadores não há uma resposta única e simples, e sim uma combinação de fatores, como chuvas, temperatura, disponibilidade de alimentos e até mesmo o acaso. E nem sabemos se isso será constante ou duradouro.

Por outro lado, as rainhas dos mares, as baleias, estão de volta em grande número ao litoral brasileiro, em especial as Jubarte, não as maiores delas, mas ainda assim reinando.

O Instituto Baleia Jubarte tem uma estimativa que aponta que a espécie está em recuperação, e que cerca de 25 mil delas passaram pelo país no segundo semestre de 2022. O número é próximo dos cerca de 27 mil a 30 mil exemplares contabilizados 200 anos atrás.

As jubarte quase foram extintas de nossa Costa, e se recuperam quase quarenta anos após a proibição da caça às baleias, no Brasil.

São necessários estudos sobre qual o impacto da volta de ambas as rainhas (dos céus e mares) ao meio ambiente, de seus locais de origem, dos locais onde passam o inverno, etc. Portanto, dessa perspectiva ainda é cedo para comemorações.   Mas já podemos celebrar o fato que a Natureza fica mais bela com esses regressos. Afinal de contas elas são rainhas de beleza, de formas, de movimentos, de cores e de grandezas.

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