Resumo

A fase de transição para o ensino superior pode representar modificações nas demandas acadêmicas, sociais e financeiras dos universitários. Esses fatores influenciam uma piora do estilo de vida e aumento de transtornos mentais. Sendo assim, é fundamental caracterizar a população de estudantes que está ingressando na universidade, afim de desenvolver estratégias que melhorem a saúde integral dos alunos. OBJETIVO: Descrever o perfil sociodemográfico, estilo de vida e saúde mental de estudantes ingressantes na UFRPE. MÉTODOS: Estudo descritivo, conduzido com 938 discentes calouros (Idade=20±4 anos; 51,4% mulheres; 63,5% pardos e pretos), participantes da coorte multicêntrica The UNIversity student's LIFEstyle and Mental Health Study (UNILIFE-M). A coleta de dados foi realizada por meio de formulário eletrônico, contendo variáveis como idade, sexo biológico e raça, além de instrumentos para avaliação do estilo de vida (atividade física, comportamento sedentário e hábitos alimentares - SMILE), sono (PSQI) e saúde mental (sintomas depressivos - PHQ-9 e sintomas de ansiedade - GAD-7). Os dados foram descritos em percentuais e média±desvio-padrão. RESULTADOS: Do total, apenas 17,1% dos estudantes relatam possuir algum problema de saúde mental ou transtorno de desenvolvimento diagnosticado e 14,5% realiza, atualmente, sessões de psicoterapia. Apesar de poucos diagnósticos, 49,2%, 44,6% e 25,7% dos participantes apresentam sintomas depressivos, de ansiedade e problemas com sono, respectivamente. Além disso, em relação à atividade física e o comportamento sedentário, somente 27,7% dos participantes relatam "sempre" se exercitar por pelo menos 30 minutos diários, enquanto, 72,8% passam mais de 6 horas por dia sentados. Já na alimentação, apenas 4,6% dos alunos relatam "nunca" consumir alimentos pré-prontos congelados, enquanto, 33,9% "sempre" consomem alimentos saudáveis. CONCLUSÃO: Os achados evidenciam importante prevalência de sintomas de ansiedade e depressão e comportamentos de risco à saúde entre calouros da UFRPE, indicando a necessidade de iniciativas institucionais para promoção de saúde integral na universidade.

Acessar