Resumo

INTRODUÇÃO: A literatura tem reportado a presença de assimetrias e desequilíbrios musculares em jogadores adultos de futebol. A assimetria entre membros é definida como a diferença existente no desempenho ou função entre os membros. Por outro lado, o desequilíbrio muscular é caracterizado como a diferença na produção de torque dos músculos agonista do movimento em relação ao seu antagonista do mesmo membro envolvido na ação. No futebol de jovens, poucos estudos têm descrito as variações relacionadas à idade e à posição de jogo sobre os índices de assimetrias (IA) e desequilíbrios musculares. OBJETIVO: Comparar os valores de índice de assimetria e desequilíbrio muscular entre as categorias competitivas e posição de jogo em adolescentes jogadores de futebol. MÉTODO: A amostra foi composta por 86 jogadores das categorias sub-15 (n = 32), sub-17 (n = 29) e sub-20 (n= 25) de um clube profissional de Florianópolis. Os jogadores foram classificados em diferentes posições: goleiros (n = 9), defensores (n = 31), meio-campistas (n = 29) e atacantes (n = 17). Os jogadores foram submetidos a uma avaliação em dinamômetro isocinético para determinar o torque concêntrico (PTcon) dos extensores (EJ) e flexores do joelho (FJ) na velocidade angular de 60°/s para ambos os membros inferiores. O IA entre membros foi calculado a partir da seguinte equação: [((PTcon do membro mais forte– PT do membro mais fraco) / PTcon do membro mais forte) * 100]. Para a análise do desequilíbrio muscular, a razão convencional (H:Qcon) foi calculada como: PTcon_FJ/PTcon_EJ. A análise de variância (ANOVA) fatorial two-way foi usada para verificar o efeito da categoria competitiva, posição de jogo e interação sobre a assimetria dos EJ e FJ e H:Qcon do membro direito e esquerdo, adotando um p<0,05 para significância estatística. RESULTADOS: Foi observado um efeito de interação categoria competitiva*posição de jogo para o IA para os EJ. Os zagueiros apresentaram maior IA dos EJ (12,78%) que os goleiros (3,78%) na categoria sub-15. Também foi demonstrado que os meio campistas do sub-20 tiveram um maior IA para os EJ (13,03%) que meio campistas do sub-15 (6,44%). Por fim, não foi encontrado nenhum efeito da categoria competitiva, posição de jogo e do termo de interação (categoria competitiva*posição de jogo) sobre o IA para os FJ e para a H:Qcon do membro direito e esquerdo. CONCLUSÃO: Esses dados sugerem que ocorre um aumento desproporcional na produção de torque dos músculos EJ entre os membros conforme o nível competitivo e o processo de especialização esportiva aumentam. Esse efeito foi dependente da posição de jogo, em que jogadores de meio-campo, responsáveis por participar ativamente nas fases ofensivas e defensivas do jogo e suas respectivas transições, apresentam um maior IA dos músculos EJ. 

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