Resumo

A prática de atividade física (AF) está relacionada ao equilíbrio homeostático entre a formação e a reabsorção do osso, induzindo respostas fisiológicas à massa óssea por meio de mecanismos como a mecanostática e a mecanotransdução. Contudo, na idade adulta, principalmente próximo ao período do pico da massa óssea as informações sobre o impacto da AF sobre os indicadores de saúde óssea são divergentes, dificultando sua interpretação. OBJETIVO: Analisar as associações de diferentes intensidades da AF com indicadores de densidade mineral óssea em adultos jovens. MÉTODOS: A amostra foi composta por 144 adultos jovens, de ambos os sexos (idade 22,3±1,7 anos, IMC 23,5±3,5), sendo 70 moças. A AF foi mensurada por acelerometria (GT3X+), durante sete dias consecutivos, as intensidades de AF (min./dia) foram classificadas em leve (AFL), moderada (AFM) e vigorosa (AFV) e posteriormente, cada intensidade foi classificada em gradientes de intensidades (baixa, médio, alto). A DMO (g/cm²) foi estimada pela técnica de absortometria radiológica de dupla energia (DXA) e foram obtidos os valores das regiões do corpo total (CT), membros superiores (MMSS), membros inferiores (MMII), coluna lombar (CL), fêmur esquerdo (FE) e fêmur direito (FD). A Regressão Linear foi empregada para observar as associações entre os gradientes da AF e a DMO. A idade cronológica e o IMC foram calculados e utilizados como variáveis de ajuste ao modelo. O nível de significância foi estabelecido em 5%. RESULTADOS: Nos rapazes, foram observadas associações positivas em todas as regiões anatômicas com as diferentes intensidades da AF. Nas regiões anatômicas como o CT, no MMSS, nos MMII, na CL e FE, observou-se que o maior tempo em AF, mesmo em intensidades mais leves (AFL médio (β=0,005 com o FE a β=0,003 no CT; p<0,05); AFL alto (β=0,010 com FE a β=0,006 no CT; p<0,05)] foram associados com a DMO, no entanto a magnitude do efeito da AFV médio apresentouse maiores do que em intensidades mais leves CT (β=0,029), MMII (β=0,039), FE (β=0,0045) e FD (β=0,058) (p<0,05). Nas moças, somente o tempo em AFV alto, mesmo que com menor volume, apresentou associações positivas com a DMO nas regiões CT, MMII, FE e DD (β=0,021 no FD a β=0,0180 no CT; p<0,05). CONCLUSÃO: A DMO associou-se com as diferentes intensidades da AF em rapazes em intensidades leves e vigorosas, enquanto nas moças somente em intensidades vigorosas. Nos rapazes os gradientes de intensidades da AFV médio apresentaram maior efeito sobre a DMO do que em gradientes de intensidades mais leves.

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