Resumo

A adoção de um estilo de vida não saudável (ex: reduzida prática de atividade física e o consumo excessivo de produtos industrializados ricos em gordura) tem sido uma realidade na sociedade contemporânea. Tal condição predispõe a população global a maior risco de surgimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) (ex: hipertensão e obesidade) e mortalidade por todas as causas. Portanto, determinar a associação do nível de atividade física com hipertensão e obesidade é de extrema relevância para o contexto da saúde pública. OBJETIVO: Analisar as possíveis associações do nível de atividade física com a pressão arterial e percentual de gordura corporal em trabalhadores metalúrgicos adultos. MÉTODOS: Foram recrutados 299 indivíduos adultos (idade: 35,6 ± 11, 7 anos) de ambos os sexos (226 homens e 73 mulheres), funcionários de uma empresa metalúrgica da cidade de Ponta Grossa, Paraná. Os participantes foram classificados em relação ao nível de atividade física (ativo e insuficientemente ativo) (variável independente), pressão arterial (PA; normotenso e hipertenso), e percentual de gordura corporal (%GC; normopeso e obeso). O nível de atividade física foi avaliado por meio da versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), considerando como "Ativos" os indivíduos que relataram ≥150 min em atividade física moderada e/ou ≥ 75 min de atividade física vigorosa por semana, e "Insuficientemente ativos" aqueles que relataram valores inferiores. A PA de repouso foi aferida por meio de um aparelho digital (OMRON, modelo 742HEM), sendo adotado o valor médio de três aferições. Para mensuração do %GC, foi utilizado um aparelho de bioimpedância tetrapolar (BIA Analyzer). O teste qui-quadrado foi aplicado para analisar as associações entre as variáveis independente e dependentes, e as associações com p < 0,20 foram analisadas com a Regressão de Poisson para determinar a magnitude das associações (razão de prevalência [RP]). O nível de significância foi considerado como p < 0,05. RESULTADOS: Não houve associação significante (p > 0,05) entre o nível de atividade física e PA. Uma associação significante (p < 0,05) indicou que indivíduos insuficientemente ativos apresentaram quase 3 vezes maior prevalência de elevado %GC (RP = 2,86 [IC95%, 1,91-4,30]). CONCLUSÃO: A adoção de um estilo de vida insuficientemente ativo pode aumentar a prevalência da condição de obesidade, sem afetar os níveis de pressão arterial na população estudada

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