Resumo

A composição corporal representa um fator determinante para o desempenho físico, sendo tradicionalmente avaliada por indicadores como índice de massa corporal (IMC), razão cintura-quadril (RCQ) e circunferência abdominal (CABD). Compreender como esses parâmetros se relacionam com diferentes componentes da aptidão física em contextos de avaliação populacional pode fornecer subsídios valiosos em programas de exercícios. Objetivo: Investigar as associações entre indicadores de composição corporal (IMC, RCQ e CABD) e componentes da aptidão física (VO?máx, potência de membros inferiores, força máxima isométrica e flexibilidade) em adultos participantes de um programa de avaliação física.Métodos: Trate-se de um estudo transversal com 206 adultos (66% homens e idade média de 28,8 ± 9,6 anos) avaliados em um centro universitário. Foram realizadas análises de regressão linear múltipla, considerando como variáveis independentes: IMC (kg/m²), RCQ e CABD (cm); e como variáveis dependentes: aptidão cardiorrespiratória (VO?máx estimado pelo teste de Cooper), potência de membros inferiores (salto horizontal), força máxima isométrica (teste de preensão manual) e flexibilidade (teste de sentar-e-alcançar). Os modelos foram ajustados para idade, sexo, nível de atividade física e objetivo de treino, utilizando o software Stata 14 (p<0,05). Resultados: Foram observadas associações negativas significativas entre todos os indicadores de composição corporal e o VO?máx, com maior magnitude para RCQ (β=-52,66; p<0,001), seguida por CABD (β=-0,28; p<0,001) e IMC (β=-0,49; p=0,0005). A força de preensão manual apresentou associação significativa e positiva com IMC (β=0,28; p=0,003), mas não com RCQ ou CABD. Não foram encontradas associações significativas entre os parâmetros antropométricos e o desempenho no salto horizontal ou na flexibilidade. Conclusão: níveis mais elevados de adiposidade corporal, especialmente de padrão abdominal, estão associados a menor capacidade cardiorrespiratória e a força absoluta foi positivamente associada ao IMC. Tais resultados reforçam a importância de incorporar múltiplos marcadores antropométricos nas avaliações físicas e funcionais

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