Resumo

A atividade física (AF) é reconhecida como uma estratégia de intervenção associada a promoção da saúde e melhoria da qualidade de vida (QV) em diversas populações com doenças crônicas. Entretanto, ainda são escassos os estudos que investigam essa relação em indivíduos com DC. OBJETIVO: Avaliar a associação entre os níveis de AF e a QV em adultos com DC. MÉTODOS: Estudo transversal conduzido entre 2014 e 2017 com pacientes com DC acompanhados regularmente em um centro de referência para tratamento de doenças infecciosas. Os níveis de AF foram avaliados utilizando a versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ-Curto) e categorizado em tercis. A QV foi avaliada através do questionário da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-BREF) considerando os domínios físico, psicológico, social e ambiental, além do escore geral. Foram realizadas análises de regressão linear bruta e ajustada. RESULTADOS: Foram incluídos 361 indivíduos com DC (60,7±10,8 anos; 56.2% mulheres, 22,4% brancos). Destes, 54,0% apresentavam a forma cardíaca da DC sem insuficiência cardíaca (IC), 15,5% a forma cardíaca com IC e 16,1% a forma digestiva. Após ajustes para potenciais fatores de confusão (idade; raça; sexo; forma cardíaca; forma digestiva; hipertensão; diabetes e obesidade), observou-se que indivíduos no tercil mais elevado de AF apresentaram escore significativamente maior no domínio físico da QV (β=8,02; IC95%: 3,96-12,07). Não foram encontradas associações significativas entre os níveis de AF e os demais domínios ou o escore geral de QV. CONCLUSÃO: Níveis mais elevados de AF foram associados à melhor QV no domínio físico em adultos com DC, sugerindo a importância da promoção de AF no cuidado integral dessa população.

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