Associação longitudinal entre características do ambiente construído e atividade física de lazer, deslocamento e total em adultos da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1982

Entre os determinantes que podem influenciar no desenvolvimento e manutenção da atividade física (AF), há o ambiente construído (AC), definido como construções elaboradas por humanos como ruas, parques, praças, iluminação pública, entre outros. Há evidências indicando diferentes direções na associação do AC em diferentes domínios da AF. OBJETIVO: Verificar a associação das características do AC no entorno da residência de adultos da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 1982 aos 30 anos, com seus níveis de AF de lazer, deslocamento e total aos 40 anos, além de verificar a interação do nível socioeconômico. MÉTODOS: Estudo longitudinal. As características do AC foram analisadas utilizando buffer de 500m ao redor da residência dos participantes, considerando a densidade populacional, renda dos setores censitários, características do entorno dos domicílios (Censo Demográfico de 2010), conectividade de 4 ou mais vias, ciclovias, espaços públicos abertos (EPA) (auditagem e Sistema de Informações Geográficas) e walkability. A AF de lazer e deslocamento foram coletadas por questionário online autorrelatado e atividade física moderada a vigorosa (AFMV) com bout de 5min/dia por acelerometria. Foi testada a interação do nível socioeconômico. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Compõem o estudo 1906 participantes. Pertencer ao grupo de menor walkability foi associado negativamente com praticar alguma AF de lazer. A média geométrica de AFMV foi 14% e 16% menor para os participantes que tinham a presença de EPA com algum atributo para AF de qualidade regular e boa com área intermediária, respectivamente. Para as demais características, foram encontradas associações nulas. Entretanto, foi evidenciado interação do nível socioeconômico em algumas associações do AC com a AF. Ainda que o AC seja relevante para oportunizar a AF, também há outras características importantes que perpassam esse comportamento, além da necessidade de políticas públicas que implementem e mantenham espaços e trajetos equitativos que possibilitem AF.

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