Resumo

O envelhecimento consiste em um processo biopsíquico caracterizado pelo declínio das funções sensoriais, motoras e mentais, recebendo a influência tanto de fatores genéticos como dos hábitos de vida. A intensidade dessas perdas tende a diminuir a qualidade de vida da pessoa idosa por implicar em comprometimentos na realização de atividades de vida diária com independência, o que influencia na forma como o indivíduo vê sua imagem corporal. Estudos indicam uma possível relação entre a prática sistemática de exercícios e a atenuação dos efeitos deletérios do processo de envelhecimento em relação a mobilidade corporal e também ter relação de maneira positiva com a constituição das autoimagens de indivíduos mais velhos, assim como as suas percepções sobre a qualidade de vida. OBJETIVO: Investigar as associações entre mobilidade física, imagens corporais e percepção de qualidade de vida em idosos integrantes de um programa sistemático de atividades físicas. MÉTODOS: Este é um estudo transversal, com amostra composta por 28 pessoas de ambos os sexos (16 homens e 12 mulheres), com idade superior ou igual a 65 anos, participantes de um programa regular de atividade física. Os instrumentos para a coleta de dados foram o teste "8 foot up-and-go" (FUG), o questionário "Minha imagem corporal" e o questionário WHOQOL-Old para Qualidade de Vida. RESULTADOS: Os dados foram tratados por meio da estatística descritiva e correlacional. O teste de correlação de Spearman mostrou uma correlação positiva entre a idade dos participantes e o escore do teste FUG (p<0,001). Também foram detectadas correlações positivas e significativas entre a percepção de condição física e as facetas Fac 1, Fac 2 e Fac 3 do WHOQOL-OLD (p<0,05); Fac 6 e idade (p<0,05); escore do teste FUG e as Fac 5 e Fac 6 (p<0,05); percepção de saúde e Fac 4 (p<0,05). Houve correlações negativas e significativas entre idade e as percepções de condição física e de habilidade corporal (p<0,05); escore do teste FUG e as percepção de condição física e de habilidade corporal (p<0,05). CONCLUSÃO: O estudo permitiu concluir que os retardos na capacidade motora decorrentes do avanço da idade estão associados à redução da condição física e da habilidade corporal, assim como a percepção da pessoa idosa sobre o condicionamento físico, a sua mobilidade corporal e a idade cronológica podem interferir nas facetas da qualidade de vida, porém, em diferentes proporções.

Acessar