Resumo

 O envelhecimento reduz força e massa muscular, afetando a funcionalidade. O treinamento resistido de alta carga é eficaz, mas muitas vezes inviável para idosos. O treinamento com restrição de fluxo sanguíneo (RFS) surge como alternativa promissora, embora as evidências ainda sejam inconsistentes.Objetivo: Sintetizar as evidências de revisões sistemáticas sobre os efeitos do treinamento com na força muscular, hipertrofia e desempenho funcional em adultos mais velhos.Métodos: Foi conduzida uma umbrella review (Registro PROSPERO: CRD420251073597) após uma busca abrangente em quatro bases de dados (PubMed, Scopus, SPORTDiscus e Web of Science), desde a criação até 17 de junho de 2025. Foram incluídos estudos do tipo revisões sistemáticas, com ou sem meta-análises, que analisaram ensaios experimentais de treinamento BFR com baixa carga em adultos ≥50 anos. Os desfechos de interesse foram força muscular, hipertrofia e função física. A seleção dos estudos e a extração dos dados foram realizadas de forma independente por dois revisores. A qualidade metodológica foi avaliada pelo AMSTAR 2.Resultados: Foram incluídas 23 revisões sistemáticas (53 ensaios primários únicos), com sobreposição substancial entre as revisões (área coberta corrigida: 12,2%). Todas as revisões foram classificadas como de baixa ou criticamente baixa qualidade metodológica. As meta-análises demonstraram de forma consistente que a RFS promove hipertrofia muscular e ganhos de força comparáveis ao treinamento resistido de alta carga, e superiores ao treinamento de baixa carga sem RFS. As evidências sobre melhorias no desempenho funcional foram inconsistentes. Foram identificadas heterogeneidade significativa e limitações metodológicas recorrentes, como falhas de cegamento e ocultação da alocação.Conclusão: A RFS representa uma estratégia promissora para melhorar força e hipertrofia muscular em idosos. No entanto, a certeza das evidências é limitada por fragilidades metodológicas nos ensaios primários e revisões sistemáticas. São necessários estudos futuros de alta qualidade consistentes para consolidar evidências e orientar a prática clínica.

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