Bio-lazer: Diretrizes pedagógicas como resistência à mercantilização da educação e seu impacto na saúde mental positiva dos adolescentes
Por Jonathan David Ojeda Castaño (Autor).
Em Revista Brasileira de Estudos do Lazer - RBEL v. 11, n 2, 2024.
Resumo
Este artigo analisa como as políticas educacionais na América Latina, impulsionadas pela lógica de crescimento econômico e produtividade desde o século XX, têm impactado negativamente a saúde mental positiva (SMP) dos adolescentes. Através de um estudo etnográfico realizado em uma escola pública de Medellín, Colômbia, observa-se que a racionalidade instrumental e a pedagogia do controle, aliadas a práticas educacionais padronizadas e orientadas para a qualidade, afetam o bem-estar emocional e social dos estudantes, tratando-os como meros recursos do sistema. Essa abordagem intensificou a crise de saúde mental, com altos níveis de ansiedade e esgotamento psicológico entre os adolescentes. Como alternativa, propõe-se o bio-lazer - uma pedagogia que desafia práticas de controle e enfatiza o lazer e a participação dos estudantes para fortalecer a SMP. Com diretrizes que incluem adaptação curricular, educação emocional, participação política, ludicidade, educação física e esportes, o bio-lazer busca transformar a escola em um espaço de resistência e conexão sociocultural. Esta proposta destaca a necessidade de uma educação que atenda às necessidades vitais dos estudantes, promovendo um ambiente escolar que favoreça seu bem-estar emocional e uma experiência educativa mais humana e contextualizada.