Resumo
A integração de pessoas deficientes é um dos mais inquietantes temas em nossa ,sociedade. Na escola ele é acrescido da discussão em torno da escolarização desses mesmos ,indivíduos. Para enriquecer a visão atual sobre essa questão e, ao mesmo tempo, colaborar na ,formação de recursos humanos em Educação Especial, este trabalho analisa aulas de Educação ,Física em duas classes especiais de alunos portadores de deficiência mental inseridos em uma ,escola pública regular no Município do Rio de Janeiro. Para tanto, foram utilizadas as técnicas de ,registro contínuo e de duração dos comportamentos motor e interacional de oito sujeitos, na ,atividade correr (20 ou 36 metros) e em atividade livre, respectivamente. As informações foram ,obtidas através de observação direta, intensiva, sistemática e participante em aulas de Educação ,Física, com turmas compostas por alunos de classes especiais (condição Segregada) e turmas ,envolvendo alunos de classes especiais e regulares (condição Integrada). As análises de variância conduzidas para comparar o tempo de corrida dos sujeitos ,nas duas situações revelaram uma melhora significativa no desempenho dos alunos da classe ,especial quando estes participaram de aulas de Educação Física com a turma regular. No que diz ,respeito à interação de alunos deficientes e não-deficientes, foi possível observar a presença de ,comportamento interativo, tanto em nível de iniciativa quanto de resposta, no relacionamento ,estabelecido entre eles. Este estudo vem anunciar que uma Educação Física apoiada em pressupostos teóricometodológicos ,crítico-criativos e que almeja uma participação efetiva no projeto sócio-políticopedagógico ,da escola, pode materializar seu discurso contemplando alunos de classes especiais ,em suas aulas regulares. O que supõe um rompimento radical com a perspectiva reducionistadesportivo-competitivista, que é preponderante em nossas escolas.