Resumo

A forma como os idosos distribuem suas 24 horas entre atividade física (AF), comportamento sedentário (CS) e sono pode afetar a função cognitiva. Objetivo: investigar a associação entre clusters de comportamento de movimento em 24 horas com o comprometimento cognitivo leve (CCL) em pessoas idosas de Florianópolis-SC. Métodos: análise transversal com dados do Estudo EpiMove (2023-2024). O CCL foi avaliado pela versão brasileira do Montreal Cognitive Assessment (MoCA) e identificado como presente quando a pontuação foi <19 pontos para idosos sem escolaridade e <24 pontos para idosos com algum nível de escolaridade. O tempo diário (min/dia) despendido em AF leve e moderada-a-vigorosa, CS e sono foi mensurado durante sete dias por meio de acelerômetro wGT3X-BT no pulso não dominante. A análise de clusters em duas etapas foi aplicada para identificar padrões de comportamento e a regressão logística binária, com valores expressos em odds ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95%, foi utilizada para testar associação entre os clusters e o desfecho. Resultados: participaram do estudo 497 idosos (60,6% mulheres). A prevalência de CCL foi de 31,1% (IC95%: 27,1 - 35,3). Três clusters foram identificados: 1. Sedentário, inativo com sono de curta duração (16,7%); 2. Sedentário, pouco ativo com sono de duração suficiente (45,5%); 3. Sedentário, ativo com sono de duração insuficiente (37,8%). Idosos agrupados no cluster 3 tiveram 53% menor chance de apresentar CCL (OR: 0,47; IC 95%: 0,22 - 0,98) quando comparados ao cluster 1. Conclusão: os achados demonstram que mesmo com padrões não recomendados de CS e sono, manter-se ativo esteve associado a maior proteção ao CCL. A adoção de estratégias combinadas que promovam a prática de AF, redução do CS e melhor qualidade do sono devem ser consideradas para promover a saúde cognitiva de idosos.

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