Resumo

 Inatividade física, tempo excessivo de tela e tempo sentado associam-se a sintomas depressivos em universitários, mas poucos estudos analisaram esses fatores de forma combinada e centrada na pessoa. OBJETIVO: Verificar a relação entre a combinação de atividade física, tempo de tela e tempo sentado com sintomas depressivos em universitários. MÉTODOS: Estudo transversal com 4.948 universitários, de 16 a 35 anos, do baseline da coorte UNILIFE-M, envolvendo 13 universidades brasileiras. Utilizou-se o The Short Multidimensional Inventory Lifestyle Evaluation (U-SMILE) para avaliar nível de atividade física (30 min/dia ou 150 min/semana) e tempo de tela (>2h/dia). Foi considerada a categorização <8h/dia ou >8h/dia para tempo sentado. O Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) foi utilizado para avaliar presença de sintomas depressivos. Utilizou-se o software SPSS 29.0 para definir clusters de comportamentos de movimento com o método Two-Step Cluster. Utilizamos modelos lineares para descrever a relação entre esses comportamentos com sintomas depressivos. RESULTADOS: Identificamos 4 clusters: 1) risco tempo de tela; 2) risco inatividade física; 3) risco tempo de tela, tempo sentado e inatividade física (referência); 4) risco tempo de tela e inatividade física. O cluster 1 apresentou maior chance de presença de sintomas depressivos em comparação ao cluster 3 (OR = 1,19; IC 95%: 1,01-1,40; p = 0,034). Já o cluster 2 (OR = 0,69; IC 95%: 0,59-0,81; p < 0,001) e cluster 4 (OR = 0,52; IC 95%: 0,44-0,61; p < 0,001) apresentaram redução significativa dessa chance, padrão mantido no modelo ajustado para sexo, idade, raça/cor e horas de sono. CONCLUSÃO: Tempo excessivo de tela, isoladamente, está associado a maior probabilidade de sintomas depressivos. Por outro lado, o perfil com maior inatividade física, mesmo associado a outros fatores, está associado a menor prevalência de sintomas depressivos em comparação ao grupo com risco para todos os comportamentos.

 

 

 

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