Combinação de comportamentos de movimento e sintomas depressivos em universitários: uma análise transversal da coorte multicêntrica UNILIFE-M
Por Laura Santos Castro (Autor), Isadora Fernanda de Freitas Cunha (Autor), Luana Conceição de Jesus (Autor), Jullyane Caldas dos Santos (Autor), David Nunes Oliveira (Autor), Danilo Rodrigues Pereira da Silva (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
Inatividade física, tempo excessivo de tela e tempo sentado associam-se a sintomas depressivos em universitários, mas poucos estudos analisaram esses fatores de forma combinada e centrada na pessoa. OBJETIVO: Verificar a relação entre a combinação de atividade física, tempo de tela e tempo sentado com sintomas depressivos em universitários. MÉTODOS: Estudo transversal com 4.948 universitários, de 16 a 35 anos, do baseline da coorte UNILIFE-M, envolvendo 13 universidades brasileiras. Utilizou-se o The Short Multidimensional Inventory Lifestyle Evaluation (U-SMILE) para avaliar nível de atividade física (30 min/dia ou 150 min/semana) e tempo de tela (>2h/dia). Foi considerada a categorização <8h/dia ou >8h/dia para tempo sentado. O Patient Health Questionnaire-9 (PHQ-9) foi utilizado para avaliar presença de sintomas depressivos. Utilizou-se o software SPSS 29.0 para definir clusters de comportamentos de movimento com o método Two-Step Cluster. Utilizamos modelos lineares para descrever a relação entre esses comportamentos com sintomas depressivos. RESULTADOS: Identificamos 4 clusters: 1) risco tempo de tela; 2) risco inatividade física; 3) risco tempo de tela, tempo sentado e inatividade física (referência); 4) risco tempo de tela e inatividade física. O cluster 1 apresentou maior chance de presença de sintomas depressivos em comparação ao cluster 3 (OR = 1,19; IC 95%: 1,01-1,40; p = 0,034). Já o cluster 2 (OR = 0,69; IC 95%: 0,59-0,81; p < 0,001) e cluster 4 (OR = 0,52; IC 95%: 0,44-0,61; p < 0,001) apresentaram redução significativa dessa chance, padrão mantido no modelo ajustado para sexo, idade, raça/cor e horas de sono. CONCLUSÃO: Tempo excessivo de tela, isoladamente, está associado a maior probabilidade de sintomas depressivos. Por outro lado, o perfil com maior inatividade física, mesmo associado a outros fatores, está associado a menor prevalência de sintomas depressivos em comparação ao grupo com risco para todos os comportamentos.