Comportamento Alimentar Disfuncional em Atletas de Esportes Coletivos: uma revisão integrativa
Por Fábio Antônio Mota Fonseca da Silva (Autor), Igor Rafael Freitas da Silva (Autor), Júlia Carolina Lopes Silva (Autor), Sophia Manuela de Oliveira Fernande (Autor), Camilla de Andrade Tenorio Cavalcanti (Autor), André dos Santos da Costa (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
Alimentação equilibrada é essencial para o desempenho esportivo, favorecendo a recuperação física e a adesão ao treinamento. Atletas enfrentam exigências de alta performance e pressão estética, fatores que podem levá-los a adotar estratégias alimentares inadequadas e desenvolver transtornos alimentares. Mesmo em esportes coletivos, nos quais a estética não é o foco principal, a comparação entre colegas pode acentuar a insatisfação corporal e desencadear comportamentos alimentares disfuncionais. Apesar da relevância do tema, ainda são escassas as pesquisas voltadas especificamente para essas modalidades. OBJETIVOS: Investigar a prevalência, os fatores associados e as manifestações dos transtornos alimentares em atletas de esportes coletivos com bola, como basquetebol, futebol e similares. MÉTODOS: Revisão integrativa com base no modelo PRISMA adaptado. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2025 nas bases PubMed, SCOPUS, BVS e SciELO, com os descritores "transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos", "atletas" e "esportes em equipe", combinados pelo operador booleano "AND" em português, espanhol e inglês. Selecionaram-se 27 estudos conforme os critérios estabelecidos. RESULTADOS: A maioria dos estudos utilizou delineamento transversal (48%), seguido por observacionais (8%), mistos (4%) e quantitativos (4%). Em 36%, a metodologia não foi especificada. Futebol foi a modalidade mais investigada (56%), seguido por basquete (36%), handebol e vôlei (32%). Futsal, hóquei e rugby (8%), beisebol, futebol americano e polo aquático (4%). A prevalência de sintomas variou entre 11% e 34%. Os principais fatores associados foram perfeccionismo, pressão por desempenho, autojulgamento, abuso psicológico e insatisfação corporal. Homens relataram preocupação com ganho de massa muscular; mulheres, com magreza. Atletas reservas mostraram-se mais vulneráveis. Ambientes positivos e suporte social foram fatores protetores. Não houve diferenças entre modalidades. CONCLUSÃO: Os transtornos alimentares podem afetar até um terço dos atletas de esportes coletivos com bola, sendo associados ao desempenho, à imagem corporal e à dinâmica em equipe, exigindo intervenções contextualizadas.