Resumo

Alimentação equilibrada é essencial para o desempenho esportivo, favorecendo a recuperação física e a adesão ao treinamento. Atletas enfrentam exigências de alta performance e pressão estética, fatores que podem levá-los a adotar estratégias alimentares inadequadas e desenvolver transtornos alimentares. Mesmo em esportes coletivos, nos quais a estética não é o foco principal, a comparação entre colegas pode acentuar a insatisfação corporal e desencadear comportamentos alimentares disfuncionais. Apesar da relevância do tema, ainda são escassas as pesquisas voltadas especificamente para essas modalidades. OBJETIVOS: Investigar a prevalência, os fatores associados e as manifestações dos transtornos alimentares em atletas de esportes coletivos com bola, como basquetebol, futebol e similares. MÉTODOS: Revisão integrativa com base no modelo PRISMA adaptado. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2025 nas bases PubMed, SCOPUS, BVS e SciELO, com os descritores "transtornos da alimentação e da ingestão de alimentos", "atletas" e "esportes em equipe", combinados pelo operador booleano "AND" em português, espanhol e inglês. Selecionaram-se 27 estudos conforme os critérios estabelecidos. RESULTADOS: A maioria dos estudos utilizou delineamento transversal (48%), seguido por observacionais (8%), mistos (4%) e quantitativos (4%). Em 36%, a metodologia não foi especificada. Futebol foi a modalidade mais investigada (56%), seguido por basquete (36%), handebol e vôlei (32%). Futsal, hóquei e rugby (8%), beisebol, futebol americano e polo aquático (4%). A prevalência de sintomas variou entre 11% e 34%. Os principais fatores associados foram perfeccionismo, pressão por desempenho, autojulgamento, abuso psicológico e insatisfação corporal. Homens relataram preocupação com ganho de massa muscular; mulheres, com magreza. Atletas reservas mostraram-se mais vulneráveis. Ambientes positivos e suporte social foram fatores protetores. Não houve diferenças entre modalidades. CONCLUSÃO: Os transtornos alimentares podem afetar até um terço dos atletas de esportes coletivos com bola, sendo associados ao desempenho, à imagem corporal e à dinâmica em equipe, exigindo intervenções contextualizadas.

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