Resumo

O tempo gasto em comportamento sedentário (CS), caracterizado por atividades com gasto energético inferior 1,5 MET, é atribuído a vários desfechos negativos a saúde, sendo influenciado por inúmeros determinantes sociais, como inserção no ambiente acadêmico e parâmetros socioeconômicos. OBJETIVO: Investigar se o período do curso de Educação Física e a renda familiar interfere no tempo gasto em CS de estudantes do curso de Educação Física. MÉTODOS: Participaram 132 alunos do curso de Educação Física de uma universidade privada do Sudeste que responderam a um questionário online contendo perguntas sobre renda familiar e tempo em CS durante a semana e final de semana. Eles foram divididos em: início (primeiro a quarto período) e final do curso (quinto ao oitavo período). Em relação a renda, os participantes foram classificados em classe 1 (renda > R$8100,00) e classe 2 (renda < R$8100,00). Os dados foram analisados através da ANOVA two-way e post-hoc Student-Newman-Keuls, adotando-se p<0,05. RESULTADOS: A idade foi de 21,3 ± 5,0 anos, com predominância do sexo masculino (70,5%), sendo 74 alunos do início do curso e 58 do final. O tempo gasto em CS durante a semana foi maior no início (6,5 ± 0,4 horas) do curso quando comparado ao final (4,8 ± 0,4 horas) (p =0,002) e não foi influenciado pela renda familiar (início do curso: 48 alunos da classe 2 e 26 da classe 1; final do curso: 34 alunos da classe 2 e 24 da classe 1). CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo mostram que ao longo do curso de EF, os alunos diminuem o tempo em CS durante a semana, o que pode ser decorrente de demandas mais práticas do próprio curso nos períodos finais, como estágio e disciplinas mais práticas, assim como conhecimento adquirido acerca dos efeitos deletérios do CS.

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