Comportamentos de Movimento em 24 Horas e Autorregulação Comportamental em Pré-escolares: Associações Transversais Utilizando Análises Composicional e Isotemporal
Por Natália Batista Albuquerque Goulart Lemos (Autor), Cain Clark (Autor), Ivina Andréa Aires Soares (Autor), Fernando de Aguiar Lemos (Autor), Caterine Pesce (Autor), Clarice Maria de Lucena Martins (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A primeira infância é um período crítico para o desenvolvimento da autorregulação (AR), uma habilidade fundamental para o sucesso escolar e competência socioemocional. Estudos recentes têm destacado o papel dos comportamentos de movimento em 24 horas - atividade física, comportamento sedentário e sono - no desenvolvimento da AR. No entanto, a relação entre a composição desses comportamentos e a AR na primeira infância, em especial ao domínio comportamental, ainda carece de evidências robustas, especialmente em populações de países de baixa e média renda. Objetivo: Investigar a associação entre a composição dos comportamentos de movimento em 24 horas e a AR comportamental em pré-escolares; e examinar as mudanças previstas na AR comportamental a partir da realocação do tempo entre diferentes comportamentos. Métodos: Participaram do estudo 223 crianças (4 a 5 anos; média = 4,65 ± 0,48 anos) matriculadas em centros municipais de educação infantil de Petrolina (PE). A atividade física (AF) e o comportamento sedentário foram avaliados por acelerometria (ActiGraph wGT3X), e o tempo de sono foi relatado pelos responsáveis. A AR comportamental foi mensurada por meio do teste Head-Toes-Knees-Shoulders Revised (HTKS-R), validado para o contexto brasileiro. Utilizou-se análise composicional para investigar associações entre os comportamentos e a AR comportamental, e análise isotemporal para estimar efeitos de substituições de tempo entre os comportamentos. Resultados: A composição dos comportamentos de movimento explicou 13% da variância na AR comportamental. A realocação de 5, 10 ou 15 minutos do tempo de sono e da AF moderada a vigorosa para AF leve ou comportamento sedentário foi associada a níveis mais altos de AR comportamental. Conclusão: Sugere-se uma possível influência positiva da AF leve e do comportamento sedentário sobre a AR comportamental em pré-escolares. No entanto, tais relações devem ser mais exploradas em estudos longitudinais e de intervenção, considerando a qualidade de tais comportamentos.