Resumo

Comportamentos de risco entre adolescentes frequentemente coexistem e se influenciam mutuamente. A análise de redes permite compreender essas interações de forma mais integrada. OBJETIVO: Investigar os comportamentos de risco à saúde entre adolescentes do ensino médio, utilizando a análise de redes. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal realizado com 250 estudantes (idade média: 16,6 ± 1,2 anos; 66,8% meninas) do Instituto Federal da Paraíba, campus Sousa. Os comportamentos de risco à saúde foram avaliados por meio do questionário da Pesquisa Global de Saúde Escolar, incluindo: inatividade física, comportamento sedentário elevado, duração de sono inadequada, consumo ocasional de frutas e verduras, consumo de bebidas alcoólicas, uso de nicotina e uso de drogas ilícitas. As covariáveis analisadas foram idade, sexo, índice de massa corporal e classe econômica. A topologia da rede e os índices de centralidade foram analisados por meio do software JASP. RESULTADOS: Os resultados revelaram que a inatividade física apresentou alto valor de influência esperada (1,674), evidenciando seu potencial de afetar outros comportamentos na rede. O uso de nicotina se destacou por apresentar alta proximidade (0,968) e influência esperada (1,935), sugerindo facilidade de acesso e capacidade de influenciar outros nós. Já o uso de drogas ilícitas apresentou valores elevados de intermediação (2,924), proximidade (2,325) e força (2,471), indicando seu papel central na dinâmica da rede e sua relevância nas conexões entre os comportamentos. CONCLUSÃO: Conclui-se que a inatividade física, o consumo de nicotina e o uso de drogas ilícitas se configuram como os principais comportamentos de risco entre adolescentes, com forte influência sobre outros comportamentos prejudiciais. Esses achados reforçam a importância de estratégias integradas de prevenção e promoção da saúde que considerem a interconexão entre comportamentos, priorizando ações escolares voltadas à redução desses riscos entre adolescentes.

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