Desigualdades na prática de atividade física em adultos brasileiros, 2023.
Por Vanessa Iribarrem Avena Miranda (Autor), Ana Julia Bressan de Medeiros (Autor), Ana Gabriela Reisdorfer Lauxen (Autor), Lara Barbosa Damazio (Autor), Thalita Aprato Tristão (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A prática de atividade física é essencial para a promoção da saúde e prevenção de doenças. Entretanto, o acesso a essas práticas ainda é profundamente afetado por desigualdades sociais, que geram barreiras estruturais e limitam oportunidades para determinados grupos populacionais. OBJETIVO: Verificar a prevalência de atividade física e desigualdades por escolaridade entre adultos brasileiros. MÉTODOS: Estudo transversal, de base populacional, com dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis por Inquérito Telefônico, 2023. A amostra incluiu adultos (≥18 anos) residentes em domicílios com telefone fixo ou móvel. A variável desfecho foi a prática de atividade física em pelo menos 150 minutos semanais. A escolaridade foi utilizada como proxy de desigualdade social, categorizada em anos de estudo (0 a 8, 9 a 11, e ≥12 anos de estudo). Foram realizadas análises brutas e ajustadas (por sexo, idade e estado civil) através da regressão de Poisson com variância robusta para estimar razões de prevalência (RP), considerando os pesos amostrais complexos do inquérito. RESULTADOS: A prevalência de atividade física foi 63,0%. Na análise bruta, houve associação entre atividade física e escolaridade (RR: 1,12; IC95%: 1,09 - 1,12). Na análise ajustada observou-se que indivíduos com maior escolaridade apresentaram um risco 10% maior de praticar atividade física (RR: 1,10; IC95%: 1,04-1,07), quando comparados àqueles com menor escolaridade. CONCLUSÃO: Observou-se que, indivíduos com menor escolaridade apresentam menor prevalência de atividade físicas, sugerindo desigualdades sociais persistentes. Tais achados reforçam a necessidade de políticas públicas intersetoriais que ampliem o acesso e estimulem a prática de atividade física, especialmente entre os grupos socialmente mais vulneráveis. Investir em ações equitativas pode contribuir para a redução dessas desigualdades e para a melhoria dos indicadores de saúde da população.