Resumo
Quando a educação deixa de ser um direito para se tornar commodity financeira, 80% dos universitários brasileiros ficam reféns de decisões tomadas em Wall Street, não em salas de aula
O setor de ensino superior privado no brasil passou por um processo enorme de desnacionalização, nas últimas duas décadas, tornando-se um campo de alta atratividade para investidores estrangeiros. Especialmente, fundos de private equity, conglomerados educacionais globais e multinacionais de serviços educacionais o dominaram.
A partir da década de 2000, houve desregulamentação e estímulo à entrada de capital privado, inclusive estrangeiro. O setor passou a ser visto como mercado de serviços com alta escalabilidade e baixa necessidade de infraestrutura intensiva.
As aberturas de capital (IPOs) no setor educacional foram altamente lucrativas para os fundos de investimento. Participaram de rodadas iniciais de expansão e consolidação (2007–2015), ou seja, as bolsas de valores foram empregadas como estratégia de valorização