Determinantes sociais e psicossociais da atividade física: estrutura causal via redes bayesianas
Por Gabriel Peinado Costa (Autor), Jean Lucas Rosa (Autor), Júlia Cunha Santos Oliveira (Autor), Átila Alexandre Trapé (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
Diversos benefícios da atividade física (AF) são apontados pela literatura, entretanto, alcançar as recomendações de AF ou poder praticá-la no lazer, parece ser um privilégio de poucas pessoas. Neste sentido, ressalta-se a importância de identificar seus determinantes, para posteriores ações direcionadas. OBJETIVO: Modelar uma estrutura causal dos determinantes sociais e psicossociais da AF via redes bayesianas. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo transversal, com 174 participantes. Determinantes psicossociais avaliados através da qualidade de vida pelo SF-12v2 e saúde mental pela DASS-21; AF nos diferentes domínios pelo Questionário Baecke e nas diferentes intensidades pelo IPAQ-curto; variáveis sociais por autorrelato. Interpretou-se a estrutura causal a partir do directed acyclic graph (DAG), modelado por probabilidades condicionais das redes bayesianas; avaliou-se a plausibilidade confrontando com dados da literatura. A partir do DAG, modelou-se regressões lineares generalizadas para estimar a magnitude dos efeitos. Análises performadas em R, assumindo α=5%. Resultados apresentados em termos de β[IC95%]. RESULTADOS: Predomínio de pessoas do gênero feminino (68,4%), raça/cor branca e amarela (65,0%), com Ensino Médio completo ou superior (≥EM) (62,0%) e idade média 49(9) anos. Pessoas com ≥EM passaram 24,9[9,3;45,1]h/sem mais sentadas e caminharam 41,3[2,2;91,6]min/sem menos comparadas a <EM; mulheres praticaram 13,8[4,8; 24,3]min/sem mais de AF vigorosa que homens. Raça/cor e ter convênio de saúde apresentaram associação com AF, mas sem efeito significativo. Determinantes psicossociais não se associaram à AF. CONCLUSÃO: A abordagem utilizada visa reduzir a inferência de efeitos espúrios, e aliada à revisão de literatura, propor potenciais determinantes da AF, bem como sua magnitude de efeito. No contexto da atual pesquisa, a escolaridade foi um determinante e, mesmo raça/cor sem efeito significativo, é um determinante conhecido na literatura. Importante destacar a especificidade desta amostra para interpretar os resultados, ingressantes na extensão universitária da EEFERP-USP, em maioria ≥EM; ainda, avaliou-se um número limitado de fatores pessoais e nenhum fator ambiental.