Resumo

Compreender iniquidades em estilo de vida representa uma importante temática para a saúde global. OBJETIVO: Comparar o estilo de vida segundo à autodeclaração étnico-racial de adolescentes da rede pública integral de Fortaleza. MÉTODOS: Estudo transversal realizado em março de 2025 com 971 estudantes do 6º e 7º ano do ensino fundamental, selecionados por sorteio em cada uma das 33 escolas municipais de tempo integral de Fortaleza, Ceará. Aplicou-se um questionário em sala na forma de entrevista coletiva. Uma questão sobre a cor da pele foi utilizada, com opções de resposta: branca, parda, negra, amarela e indígena. O instrumento Adolescent Health Promotion Scale (AHPS) foi aplicado, composto por 34 questões que representam seis dimensões do estilo de vida. A análise foi conduzida pelo software SPSS versão 22. A comparação dos escores por dimensões e geral foi realizada usando a Análise de Variância (ANOVA). Adotou-se p<0,05 como nível de significância. RESULTADOS: Houve diferença significativa nas dimensões exercício físico (p=0,009) e controle de estresse (p=0,020) o post hoc indicou que as diferenças encontradas foram entre pardos e brancos (p=0,036; p=0,044 respectivamente). Na dimensão exercício físico, pardos apresentaram escore médio maior que brancos (3,2 ± 1,0 vs. 2,9 ± 0,9). No controle de estresse, pardos também tiveram escore médio maior que brancos (3,2 ± 0,8 vs. 3,1 ± 0,8). No escore geral houve diferença significativa (p=0,017), a diferença foi entre indígenas e brancos (p=0,019) após análise de post hoc, com indígenas apresentando média superior a brancos (3,6 ± 0,42 vs. 3,2 ± 0,53). CONCLUSÃO: O estilo de vida variou significativamente segundo a autodeclaração étnico-racial, nas dimensões exercício físico, controle de estresse e no escore geral. Os achados destacam a relevância de considerar marcadores sociais, como raça/etnia, na promoção da saúde na escola.

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