Educação Física e crítica à fenomenologia: uma resenha
Por Jonatas Costa (Autor), Bartolomeu L. Barros Júnior (Autor), Lucas Xavier Brito (Autor).
Em Praxia - Revista on-line de Educação Física da UEG v. 7, 2025.
Resumo
O propósito deste texto é apresentar ao leitor interessado em educação física, sobretudo em sua dimensão epistemológica, um livro que aborda a Fenomenologia. Trata-se de uma obra exitosa em identificar e criticar os aspectos fulcrais desta corrente epistemológica das ciências humanas e sociais. A crítica recai naquilo que Severino (1997) identificou ao observar que a pesquisa fenomenológica não se configura nem como dedutiva e nem tampouco indutiva, mas como intuitiva. Os problemas de natureza científica que afetam tal perspectiva em face desta caracterização são esclarecidos em pormenores por Ranieri Carli, autor de “Fenomenologia e Questão Social: limites de uma filosofia”, trabalho que aqui pretendemos resenhar. Outrora já apresentado por nós (Costa; Nunes; Hungaro, 2022), Ranieri consegue simplificar o que aparentemente é complicado. A fenomenologia talvez esteja cheia de tais armadilhas: precisa ser complicada a fim de ser ininteligível; ou basta ser inteligívelpara quem se sujeita as suas ilações; ou ainda, para aqueles que convém as suas conclusões. Entretanto, os próceres da fenomenologia não conseguiram driblar a verve de Ranieri que, de forma extremamente didáticai, tornou evidente as contradições presentes na filosofia fenomenológica na qual ferinamente caracterizou como “um instante do idealismo subjetivo, característico do período de decadência ideológicaiida burguesia” (Carli, 2013, p.47).