Resumo

A Educação Física Escolar, historicamente, esteve marcada por uma abordagem higienista e centrada no desempenho esportivo e no corpo como uma máquina a ser moldada. Com o passar das décadas, especialmente nas primeiras décadas do século XX, essa disciplina se distanciou dos objetivos educacionais mais amplos da escola, que buscam o desenvolvimento integral da criança como cidadão crítico e participativo. A ênfase excessiva na performance esportiva e nas práticas corporais que visavam atender aos padrões de saúde e eficiência da época fez com que a Educação Física se tornasse, muitas vezes, restrita a treinamentos físicos e esportivos que negligenciaram o desenvolvimento emocional, social e cognitivo dos alunos. A partir da década de 1980, emergiram novas concepções pedagógicas que transformaram a maneira como a Educação Física Escolar deveria ser vista e praticada. Entre essas novas perspectivas, destaca-se a abordagem Crítica, que se opõe ao modelo tecnicista tradicional. Esse novo olhar visa promover uma formação mais humanizada, reflexiva e centrada no aluno como ser social. A Educação Física Crítica propõe não apenas o desenvolvimento das habilidades físicas, mas também a compreensão dos significados culturais e sociais das práticas corporais, possibilitando a formação de cidadãos capazes de refletir sobre seu papel na sociedade e de participar de maneira ativa e crítica no mundo. Objetivo: O presente estudo tem como objetivo explorar os conceitos de Gestão Escolar Participativa e abordagens críticas na Educação Física para promover uma integração mais significativa entre as aulas de Educação Física e o contexto da comunidade escolar. A ideia central é entender como a prática de uma gestão democrática pode contribuir para a construção de um espaço escolar em que a Educação Física desempenhe um papel não apenas na formação física dos alunos, mas também no desenvolvimento de competências diversas. Metodologia: Para isso, o estudo é fundamentado em uma revisão bibliográfica que abrange os últimos 10 anos de publicações científicas, além de dialogar com obras clássicas da área de Educação Física e Gestão Escolar. Essa fundamentação teórica permite o entendimento profundo das convergências entre os princípios da Gestão Escolar Participativa e da Educação Física Crítica. Resultados: A análise das obras estudadas revelou que há uma convergência clara entre os princípios da Gestão Escolar Participativa e os da Educação Física Crítica, apontando para a necessidade de intervenções pedagógicas mais inclusivas e eficazes. Essas intervenções devem visar a promoção da Cultura Corporal do Movimento, engajando gestores, profissionais de Educação Física, professores, alunos e a comunidade em geral na construção de práticas educativas que sejam verdadeiramente transformadoras. Conclusão: Dessa forma, as reflexões apresentadas neste estudo têm como propósito promover uma escola mais participativa e inclusiva, onde as aulas de Educação Física desempenham um papel fundamental na formação integral dos alunos. Uma gestão escolar que valoriza a participação ativa e a crítica possibilita a construção de um ambiente educativo em que a Educação Física não seja apenas um espaço de brincar e atividade física, mas também de formação e desenvolvimento pessoal.

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