Resumo

Introdução: Com o processo de envelhecimento ocorrem alterações fisiológicas e morfológicas que podem influenciar negativamente a mobilidade funcional. Diante do exposto, diferentes tipos de recursos vêm sendo utilizados para retardar, manter ou melhorar a mobilidade funcional em idosos. Nesse sentido, por seus efeitos ergogênicos sobre o sistema nervoso, a cafeína apresentasse como uma provável opção. Objetivo: Verificar o efeito agudo da cafeína sobre a mobilidade funcional em idosas. Materiais e Métodos: Pesquisa experimental com desenho crossover, randomizado, contrabalanceado e cego intra-sujeitos que utilizou 20 idosas voluntárias (idade ± 66,6anos; peso ±66,82kg; est. ± 1,55m) e fisicamente independentes como amostra. Para a avaliação da mobilidade funcional utilizou-se o Timed Up and Go Test (TUGT). Por se correlacionar com a mobilidade, equilíbrio e riscos de quedas, este teste tem sido largamente utilizado em ambientes clínicos. O sujeito iniciava o teste sentado em uma cadeia (43 cm) com os braços cruzados a frente do tórax. Ao sinal de “já”, deveria levantar e caminhar, o mais rápido possível, a distância de três metros contornando um cone e retornando à posição inicial. Durante a intervenção, foram realizadas, com intervalos de 40 horas, três visitas ao laboratório. No primeiro encontro, além da familiarização com o teste, realizou-se o sorteio dos participantes dos dois grupos ou condições: cafeína (CAF) e placebo (PLA) e foram medidas a estatura e a massa corporal. Utilizando-se os valores da massa e uma dosagem de 5mg/kg, calculou-se a quantidade de cafeína a ser utilizada por cada sujeito na intervenção. Ainda nesse encontro, os participantes foram instruídos a não ingerir, a partir daquele momento, qualquer conteúdo de cafeína até o término da intervenção. No segundo encontro, 60 minutos antes da realização do teste, os sujeitos ingeriram cápsulas de CAF e/ou PLA e realizaram o TUGT. No último encontro, as condições de suplementação se inverteram antes da realização do teste. Resultados: A comparação entre as médias (PLA = 7,31s e CAF = 6,85s), realizada com auxílio do teste t de Student para amostras emparelhadas, demonstrou melhora relativa (6%) e estatisticamente significativa para a mobilidade na condição CAF (M = 6,85s; SEM = 0,20179), quando comparada com PLA (M= 7,31; SEM = 0,19012) (t (19) =2,771; p = 0,012). Conclusão: o uso da cafeína é capaz de promover melhora aguda na mobilidade funcional em idosas fisicamente independentes.

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