Resumo
O tecido musculoesquelético possui a capacidade de adaptar sua estrutura de acordo com a função realizada. O objetivo do estudo foi comparar as variações relativas agudas do efeito do alongamento entre séries do treinamento de força em variáveis da arquitetura muscular do vasto lateral e torque extensor do joelho em homens fisicamente ativos. Ultrassonografias do vasto lateral de quinze homens foram adquiridas imediatamente antes e após quatro séries de 10 repetições concêntricas e excêntricas máximas de extensão de joelho. Um dos membros recebeu intervenção de alongamento estático passivo de 30 segundos entre as séries, enquanto o outro membro recuperou-se passivamente. O pico de torque dinâmico (PTd) e o ângulo de pico de torque dinâmico (APTd) concêntrico e excêntrico das quatro séries foram adquiridas em um dinamômetro isocinético sob velocidade de 60º/s. A amostra não apresentou diferença significativa entre protocolos para as variáveis de torque e para as variáveis da arquitetura muscular. Além disso, foi apresentada redução significativa do PTd tanto para os participantes que realizaram alongamento, quanto para os que não realizaram alongamento entre as séries. Não foi evidenciada diferença na variação percentual do APTd. O protocolo abrangendo treinamento de força e alongamento entre as séries realizado no presente estudo mostrou ser um estímulo ineficiente para repercutir em diferenças significativas no comportamento do fascículo e em variáveis funcionais de produção de torque muscular nessa amostra. Desta forma, não estão claros os mecanismos que podem ter levado aos resultados apresentados no presente estudo; mas variáveis como tipo de contração, intensidade e duração do alongamento e heterogeneidade da amostra são candidatos consideráveis.