Resumo

: Indivíduos tetraplégicos apresentam interrupção de impulsos ao centro termorregulador no hipotálamo, causando comprometimentos nas ações dos mecanismos simpáticos que induzem a vasodilatação periférica e a sudorese para dissipação do calor pela evaporação. Devido a isso, observa-se que atletas tetraplégicos podem apresentar maior percepção subjetiva de esforço (PSE), quando submetidos ao exercício em ambiente quente. Assim, métodos de resfriamento têm sido avaliados para compensar a ausência de respostas termorregulatórias em ambientes quentes. OBJETIVO: Comparar os efeitos de dois métodos de resfriamento na percepção subjetiva de esforço de tetraplégicos submetidos a uma sessão de exercício aeróbico em ambiente quente. MÉTODOS: Participaram nove sujeitos do sexo masculino (36,5 ±6,7 anos), com lesão medular entre os segmentos C5 e T1 e classificados como tetraplégicos. Os voluntários realizaram três condições experimentais distintas: controle (sem resfriamento); colete de resfriamento; e pulverização de água sobre a pele. A duração de cada condição foi de 30 minutos de exercício constante em cicloergômetro de braço. Os experimentos foram realizados em câmara ambiental com temperatura de 32ºC e umidade relativa do ar entre 50-60%. A PSE foi avaliada a cada três minutos durante os 30 minutos de exercício pela escala de Borg (1982) que varia de 6 a 20, de "muito fácil" a "exaustivo", respectivamente. Para as análises inferenciais, utilizou-se a ANOVA two-way (condições experimentais vs. tempo de exercício) com medidas repetidas e post hoc de Tukey, valor de significância de p ≤ 0,05. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças significativas entre as condições colete e pulverização, quando comparadas à condição controle. A pulverização apresentou efeito na PSE a partir do 18º minuto do exercício e o uso de colete de resfriamento causou efeito a partir do 21º minuto do exercício. As médias da PSE para cada situação, foram: Colete (10,22±1,35), Pulverização (10,04±1,39) e Controle (12,03±1,78). CONCLUSÃO: O resfriamento corporal diminuiu a PSE de atletas tetraplégicos. Estima-se que o uso de pulverização de água sobre a pele ou colete de resfriamento possam prolongar o tempo de manutenção do exercício físico em ambientes quentes. Destaca-se que a fadiga está relacionada com o aumento de temperatura corporal, portanto mecanismos de resfriamento são importantes para o controle térmico e possibilitam maior tempo de exercício até a exaustão

Acessar